“Diálogos sobre a segurança alimentar e nutricional e os saberes tradicionais na alimentação”, esse foi o tema do encontro promovido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (Seades), nesta sexta-feira (10), no auditório da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
O evento, com temática ministrada pelo antropólogo e babalorixá, Vilson Caetano, fez parte de uma série de atividades do Novembro Negro 2023, alusivas ao mês comemorativo do Dia Nacional da Consciência Negra, datado, especificamente, no dia 20.
“Precisamos ser gratos, reconhecer e visibilizar a potência dos povos e comunidades tradicionais na garantia da segurança alimentar e nutricional. Esta agenda precisa reconhecer a diversidade das nossas culturas alimentares, seja para os povos de terreiro, para os quilombolas, indígenas, ciganos, enfim, para as diversidades regionais que temos em nosso país”, declarou a secretária da Seades, Fabya Reis.
O Novembro Negro na Seades tem, dentre seus objetivos, somar esforços no reconhecimento do legado deixado pelos povos africanos no Brasil, bem como o fortalecimento das lutas da população negra pela igualdade, justiça, enfrentamento ao racismo, à intolerância religiosa e pela promoção da igualdade racial.
“O alimento é um direito sagrado em seu sentido mais amplo. Não podemos pensar em segurança alimentar sem levar em conta os saberes dos povos e comunidades tradicionais. Soberania alimentar é a capacidade das comunidades produzirem o que elas comem e gerenciarem a produção e esse direito deve ser garantido”, destacou o babalorixá Vilson Caetano.
A mobilização aconteceu em parceria com o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado da Bahia (Consea-BA) e a Secretaria de Promoção e Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). Além destas instituições também estiveram presentes representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE), e das secretarias de Saúde (Sesab); do Meio Ambiente (Sema); de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs); de Ciência, Tecnologia e Informação (Secti).
“Gostaria de parabenizar a iniciativa da Seades em organizar esse evento tão importante que traz um tema fundamental que é a segurança alimentar e nutricional do povo baiano, especialmente os povos e comunidades tradicionais. A agenda do Novembro Negro é mais um passo, diante de toda a trajetória do Governo do Estado em promover a equidade racial”, ressaltou o coordenador de Políticas para Comunidades Quilombolas da Sepromi, Ranieri Ramon.
A coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), Makota Celinha Gonçalves, também compôs a mesa de abertura do evento e explicou como o segmento lida com a promoção da segurança alimentar.
“Em nossos terreiros o fogão nunca esfria, sempre está quente para fazer comida para alimentar o corpo e a subjetividade. O assunto da segurança alimentar é tratado com muita importância em nosso segmento. Nunca vi ninguém passar fome na porta do terreiro, porque todos que ali chegam são acolhidos. Precisamos cuidar para que as pessoas possam se alimentar e nós sabemos que a população preta é a que mais passa fome”, afirmou.
Fonte: SECOM / Seades
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