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O crescimento da cannabis medicinal: inovações, estudos e regulamentação no Brasil

O avanço da ciência e do mercado de cannabis medicinal no Brasil traz novas perspectivas terapêuticas e desafia a regulamentação atual

Nos últimos dez anos, o interesse científico pela cannabis cresceu exponencialmente, com 1.710 estudos publicados no periódico PubMed, focados em cannabis e canabidiol. Só no primeiro semestre de 2024, mais de 120 pesquisas sobre o tema foram divulgadas, segundo o Anuário da Cannabis Medicinal. Esse crescimento não reflete apenas a evolução do conhecimento sobre a planta, mas também revela seu potencial como inovação no campo da medicina.

O Dr. Paulo Jordão, professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí (UFPI), destaca as inovações capazes de realmente transformam o mercado, como aquelas que, além de serem ideias promissoras, se consolidam com sucesso. “O que são inovações? São ideias que chegam ao mercado e têm sucesso. Existe muita ideia e muitas não vão para frente. O mercado de cannabis já existe há muito tempo, sendo utilizado há séculos. Entretanto, a área medicinal se desenvolveu recentemente, com o suporte de várias ciências, como a biologia e a química.”

A intersecção entre ciência e inovação é um dos pilares do Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal. Para o Dr. Paulo Jordão, o evento vai além de um simples encontro acadêmico, proporcionando um espaço único para conectar pesquisas, produtos e ideias. “O Congresso é o local onde depositamos o conhecimento mais recente. E como isso se aplica na prática? Todos os expositores com produtos que são resultados de ideias convertidas em medicamentos à base de cannabis. Esse evento consegue unir produtos, pesquisas e trabalhos científicos no mesmo lugar”, explica o pesquisador durante a 3º edição do evento, que ocorreu em 2024.  

Estudos promissores no tratamento de doenças

Durante o Congresso, diversas descobertas foram apresentadas, reforçando o impacto da cannabis medicinal. A farmacêutica Marissa El Hajje trouxe um estudo inovador, intitulado “Estudos in vitro e in vivo de Indução de Apoptose em Mieloma Múltiplo por óleo de Cannabis”, que demonstrou uma eficácia 30% maior no tratamento de leucemia em comparação às terapias convencionais. 

Outro destaque foi a pesquisa de Matheus Vinicius Ferreira, que investigou o potencial analgésico do canabigerol (CBG) em ratos diabéticos, abrindo novas perspectivas terapêuticas.

Regulamentação da cannabis medicinal no Brasil

Além dos avanços científicos, o Congresso também promoveu discussões sobre a regulamentação do mercado de cannabis medicinal no Brasil. Paulo Jordão enfatizou a necessidade de ação por parte do governo: “O Estado não pode ficar omisso, pois já existe um consumo de cannabis no Brasil, medicamentos à base de cannabis estão em uso, e diversas associações têm licenças de produção. O regulamento para importação já está em vigor em várias cidades e estados”, diz Paulo, que foi palestrante no módulo Agro e Tech Cannabis, durante o segundo dia de evento.

Ele também reforça que o Congresso é uma oportunidade para que médicos, pacientes e profissionais de saúde se aprofundem nos novos conhecimentos científicos e entendam o funcionamento desse mercado. “O poder público precisa olhar para esses eventos como locais de transferência de conhecimento. O mercado de cannabis já é uma realidade, com diversos concorrentes mostrando as vantagens de seus produtos”.

Fonte: Sechat
Imagem de Pfüderi por Pixabay

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