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Plataforma propõe visibilidade ao conhecimento racializado nas áreas econômicas e de gestão

A falta de investimento em setores estratégicos tem impactado diretamente os índices de desigualdade racial, principalmente no que diz respeito à qualificação e visibilidade do conhecimento produzido por intelectuais negros. A pesquisadora Luciane Reis, mestre em Desenvolvimento e Gestão Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve estudos que analisam o campo da educação empresarial, destacando a pouca valorização do conhecimento com viés racial nas áreas de economia, administração e gestão.

Reis observa que o conhecimento econômico e empresarial produzido por intelectuais negros é frequentemente marginalizado, o que limita o desenvolvimento de empreendedores e empresários negros. Em sua análise, ela argumenta que a falta de reconhecimento dessas contribuições afeta diretamente as oportunidades de geração de emprego e o crescimento econômico dessas populações. A pesquisadora aponta que o modelo educacional corporativo é, muitas vezes, centrado em referências eurocêntricas, o que dificulta a formulação de políticas públicas mais inclusivas e eficazes para empreendedores negros.

Para enfrentar esse cenário, Reis propõe a criação de uma plataforma digital que visa valorizar e dar visibilidade ao conhecimento científico com viés racial nas áreas de economia e gestão. A ideia é que a plataforma funcione como um espaço de colaboração internacional, onde pesquisadores negros possam compartilhar seus estudos e pesquisas de forma acessível e gratuita. Além de artigos e publicações, a plataforma também contará com vídeos nos quais os pesquisadores apresentam resumos de seus estudos, incentivando o público a explorar esses conteúdos.

A plataforma, inspirada em serviços de streaming, oferecerá cursos abertos e gratuitos, com foco em temas como comportamento econômico, desenvolvimento empresarial e autoemprego. O objetivo é criar uma ferramenta de acesso público que ajude a preencher as lacunas na formação de empreendedores negros e promova maior diversidade e inovação no mercado.

Segundo Luciane Reis, é imprescindível que o conhecimento econômico produzido por pessoas negras seja reconhecido e legitimado. A falta de visibilidade dessas contribuições perpetua as desigualdades e impede que empresários negros tenham acesso a informações e treinamentos essenciais para crescerem além da subsistência. Reis defende que uma plataforma como essa pode engajar empresários, empreendedores e a sociedade em geral na construção de um ambiente corporativo mais inclusivo e equitativo.

Reis espera que sua pesquisa e a plataforma proposta contribuam para aumentar a visibilidade do conhecimento produzido por intelectuais negros e promovam mudanças nas práticas de formação empresarial, tornando-as mais inclusivas e representativas.

Fonte / Foto: Assessoria de Imprensa

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