A Prefeitura de Salvador iniciou neste mês de julho a segunda edição do programa de Mentorias para Universitários Negros. A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur) e faz parte das ações do Selo da Diversidade Étnico-Racial, cujo objetivo é orientar os mentorados sobre o mercado de trabalho, plano de carreira e projeto de vida.
Com 20 novos participantes, a mentoria discute o trabalho em equipe, comunicação assertiva, liderança, autoconhecimento e empoderamento, educação financeira, análise de perfil comportamental, racismo institucional, racismo e antirracismo no Brasil e a importância da diversidade étnico-racial nas organizações. A mentoria está dividida em caminhos de conhecimentos com orientações em grupos e individuais para que os participantes possam desenvolver o autoconhecimento e um melhor entendimento sobre o mercado de trabalho.
Para a chefe do setor de Desenvolvimento de Identidade Étnica e Cultural da Semur, Jaqueline Barreto, a iniciativa estimula e cria conexão direta entre organizações certificadas com o Selo da Diversidade Étnico-Racial e profissionais que acreditam na importância da diversidade étnico-racial com universitários negros.
“É um trabalho que orienta na construção de um plano de carreira, gera networking, abre novas perspectivas e novos horizontes na vida profissional destes universitários, quem sabe futuros líderes negros e negras. Por isto, a secretaria realiza este projeto e espera consolidar cada vez mais este instrumento como uma ferramenta pública de combate ao racismo e promoção da diversidade e inclusão racial nas organizações”, declara Jaqueline.
Durante a atividade, os profissionais mais experientes, chamados de mentores, compartilham com universitários negros ou negras suas vivências e seu conhecimento, trocam ideias levando estes a refletirem sobre si e encorajando-os a desvendarem novos caminhos e possibilidades em suas vidas e carreiras. O projeto conta com mentorados de instituições certificadas com o selo a exemplo da Unifacs, Fundação Cairu, Unijorge e Uninassau.
Mentor da iniciativa, Roberto Aragão, fala sobre o sucesso da primeira edição, na qual 13 universitários foram contemplados. “Através das mentorias, conseguimos acrescentar também na vivência desses universitários, que estão saindo da universidade e se preparando para entrar no mercado de trabalho. Com nossas experiências, enquanto mentores, conseguimos contribuir neste processo de desenvolvimento pessoal e profissional”, disse.
Dinâmica – O projeto se divide em duas fases. A primeira é composta por palestras temáticas acerca do propósito da atividade, a exemplo de liderança, racismo e empreendedorismo. Já na segunda fase, os mentorados participam de encontros individuais e em grupos com os mentores
Participante da primeira edição, Benício Alves, de 33 anos, conta que o objetivo principal do programa esteve entrelaçado ao seu objetivo de vida. Ele, graduando na época em Psicologia, explica que através das mentorias, pôde adquirir mais informações e saberes, além de conhecimentos.
“Adentrei ao programa quando estava no último semestre da graduação. Foi desafiador para mim, sabemos que é um período da universidade que requer muita correria e disposição. Mas, participar da mentoria me ajudou muito, foi muito agregador e enriquecedor para a minha vida, principalmente como pessoa negra”, relata.
Selo – O Selo da Diversidade Étnico-Racial foi instituído pela Semur em 2007 e tem como objetivo conscientizar organizações privadas e incentivá-las a realizar, em conjunto com esferas públicas, políticas de inclusão e de reparação racial, promovendo a diversidade étnico-racial dentro das instituições.
Fonte / Foto: SECOM PMS