Artistas visuais do Recôncavo da Bahia ganham documentários individuais a serem exibidos na Casa Preta Hub e disponíveis no perfil do Youtube
O projeto Traço Negro, que busca contribuir para a visibilidade da produção de artistas visuais negros das cidades que margeiam as águas douradas do Rio Paraguaçu, chega a sua segunda edição e lança no próximo dia 14 de julho uma Videoteca Virtual, no canal do projeto do YouTube, com documentários individuais de 17 artistas do Recôncavo da Bahia. O evento de lançamento ocorrerá na Casa Preta Hub, em Cachoeira, a partir das 17h, com participação especial dos escultores/as, pintores/as, performers, equipe de criação e técnica, e um pocket show de Mateus Aleluia Filho, cantor e multi-instrumentista contemporâneo.
Os documentários serão lançados semanalmente, a serem exibidos na Casa Preta Hub e disponibilizados no perfil do Youtube. A partir do dia 14 de julho, serão exibidos os curtas de Tina Melo, Alentícia Bertosa, Áydano Jr., Billy Oliveira e Mestre Biro – o documentário é uma homenagem póstuma, o artista faleceu em abril de 2023. Já no dia 18 de julho, passam a ser exibidos na fundação e disponíveis no Youtube, os docs de Davi Rodrigues, Deisiane Barbosa, Diego Araújo e Flor do Barro. Em seguida, a partir do dia 25 de julho, as vidas e obras e de Fory, Gilberto Filho, Renato Kiguera e Louco. Por fim, os últimos lançamentos são os documentários de Mimo e Ronald, Pirulito, Rita de Cássia e Sininho, a serem exibidos a partir de 03 de agosto.
Tina Melo conta que a Videoteca Virtual surge do rico material gravado para o documentário Traco Negro, lancado em agosto de 2022, que trazia de forma coletiva a arte visual nascida e produzida em Cachoeira e São Félix. “No processo de edição deste filme percebemos que tínhamos em mãos uma grande riqueza documental. Nesta segunda etapa, queremos dar mais vazão e espaço para as narrativas individuais que não puderam ser contempladas no primeiro filme, as diferentes narrativas e estéticas, histórias de vida e arte”, complementa.
Alentícia Bertosa, Áydano Jr., Billy Oliveira, Davi Rodrigues, Diego Araújo, Deisiane Barbosa, Florisvaldo Ribeiro (Flor do Barro), Carlos Alberto do Nascimento (Fory), Gilberto Filho, Renato Kiguera, Celestino Gama (Louco Filho), Almir Oliveira (Mimo) e seu filho Ronald Oliveira, Eraldo Souza Jr. (Pirulito), Rita de Cássia, Jonilson Rodrigues (Sininho), e Tina Melo. Além da homenagem in memorian a Antonio M. Santos, mais conhecido como Mestre Biro.
São estes us artistes que ganham documentários individuais nesta segunda etapa do Traço Negro, projeto que nasce de uma pesquisa de título homônimo iniciada em 2014 por Tina Melo, no Mestrado Profissional em História da África, Diáspora e dos Povos Indígenas – concluído em 2016 -, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia em Cachoeira, que visa refletir sobre a invisibilização de artistas visuais negres em Cachoeira e São Félix, apresentando possibilidades de afirmação dessas histórias de vida e de produção.
Tina Melo – A Inquieta
Traço Negro é resultado de uma inquietação a partir da falta de visibilidade de estudos que registrem e analisem a produção negra em arte. Esculpir, pintar, escrever, performar, pontilhar, desenhar, bordar, costurar, restaurar, olariar, muitas outras são as artes que compõem us artistes do Recôncavo da Bahia. Em sua diversidade, Traço Negro faz um recorte na escultura e pintura, mas também a performance.
Manuseios que influenciam a artista que é Tina Melo, que a levam a formar-se em artes, em produzir suas obras em vários campos artísticos e a fazem sempre retornar a cidade que margeia o Paraguaçu. Traço Negro é um tipo de resposta, ou caminho, que apresenta possibilidades de preenchimento de uma lacuna de referenciais negros nas artes visuais sentida pela Tina Melo, que há muito é desvalorizado, posto distante dos livros e registros mais conhecidos, e do grande mercado.
Este projeto foi contemplado no Edital de Produção Audiovisual Web, e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Oficina
Além da Videoteca Virtual, o projeto Traço Negro – EXPANDIDO realiza entre 30 de julho e 02 de agosto a oficina “Filme de Bolso – Criação e Edição de Vídeos no Celular”, a ser ministrada pelo diretor de fotografia e editor do documentário Ihago Allech, na Casa Preta Hub, em Cachoeira, das 14h às 18h. Voltada a estudantes secundaristas e pessoas a partir dos 16 anos, a oficina está com inscrições abertas até 20 de julho, através de formulário na BIO do perfil @traco_negro. Através de um trabalho de mediação cultural, de aproximação direta, a equipe do projeto irá circular nas escolas e nos prédios das universidades para que estudantes possam se inscrever.
Site
A primeira edição do projeto ocorreu em agosto de 2022 com o lançamento de um e-book, um documentário e uma exposição virtual, que mergulham na trajetória desses homens e mulheres e suas produções. Todos os três produtos, lançados por meio do Edital Setorial de Artes Visuais (2019), estão disponíveis no site www.traconegro.com. O documentário, disponível desde 12 de junho de 2024 no Youtube do Traço Negro, apresenta traços, caminhos e memórias desses artistas, suas inspirações, anseios, motivações e percepções do território, do fazer artístico, da vida e do olhar para o mundo.
Serviço
O quê – Traço Negro – EXPANDIDO | Lançamento
Quando – 14 de julho, às 17h
Onde – Casa Preta Hub, em Cachoeira
Mais Informações – Instagram @traco_negro (https://www.instagram.com/traco_negro?igsh=c3dpaGVua3E2ZjQ3)
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Gabriel Moreno