A Secretaria de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores da Bahia repudiou o ato racista cometido pela então gerente de um hospital de Salvador, Camila Ferraz de Bastos, no sábado (04), contra funcionárias de uma loja da capital baiana. O secretário de Combate ao Racismo do PT baiano, Evilaiton José, cobrou a aplicação rigorosa da justiça contra um caso tão grave de discriminação racial, que foi filmado por clientes do estabelecimento.
“O racismo não aumentou no Brasil, ele apenas passou a ser filmado. A enfermeira Camila Ferraz Barros, acredita que seu pomposo sobrenome lhe credencia e lhe faz apostar na impunidade no Brasil. A enfermeira que cometeu injúria racial contra funcionárias negras, já havia sido demitida de um grande hospital localizado no bairro de São Rafael e conseguiu emprego em outro hospital de uma rede privada grande e renomada. Uma segunda chance que dificilmente seria concedida a um negro afro-brasileiro”, destacou Evilailton José.
Para o secretário, as leis precisam ser cumpridas para impedir pessoas de acharem que “a sua hereditariedade, seus indicadores, parentes, sua cor de pele ou os seus sobrenomes irão, de algum modo, protegê-las de crimes ou lhes outorgar algum tipo de benevolência”. O petista defendeu ainda que é preciso haver ainda mais engajamento na luta contra o racismo pelos negros, antirracistas e por todos aqueles que empunham a bandeira das causas sociais, acessando os poderes judiciário e legislativo. “Para isso, as políticas de reparação existem e precisam ser fortalecidas e ampliadas”, completou.
A secretária de Mulher do PT Bahia, Liliane Oliveira afirmou ser inadmissível que episódios como este ainda sejam tão recorrentes. “Fica evidenciado o caráter racista das ofensas e que imputa subalternidade de mulheres negras em seu local de trabalho. A certeza da impunidade deve ser combatida com medidas exemplares para que, sendo gravada ou não, não seja tolerada em nossa sociedade. Ser antirracista é ter atitude antirracista!”.
Evilailton acrescentou que casos como os da gerente relembram tantos outros episódios ocorridos frequentemente em Salvador, a capital mais negra fora da África. “Mas também nos alerta para a necessidade de continuar na luta e no enfrentamento, como sempre estivemos. No meu lugar de fala, consigo dizer que tudo que foi conquistado pelas mulheres, pelos negros, pela comunidade LBGTQIAPN+ nesse país, até aqui, foi com apoio e com a mão forte e combatente do movimento de esquerda que representa o povo. A defesa pela igualdade de direito cria e implementa ações e políticas que demandam a reparação histórica ao povo negro. É deste lugar que repudio, repudiamos e cobramos providências ao crime cometido pela dita enfermeira Carolina Ferraz Barros”.
Fonte / Foto: Ascom PT/BA