Vereador se solidariza a quilombolas hostilizados durante protesto em defesa do território
O Quilombo Quingoma existe desde 1569 e é reconhecido como território Iorubá pelo rei da Nigéria, no entanto, a comunidade ainda trava uma luta, que muitas vezes é desigual, pelo simples direito de existir. Na manhã da última segunda-feira, 24, durante mais um protesto contra a desapropriação de áreas pelo governo do estado, através da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – Conder, os quilombolas também sofreram ameaças, segundo denúncia do vereador de Salvador, Professor Hamilton Assis.
“Preservar o Quilombo Quingoma e respeitar quem há séculos vive nessas terras é obrigação das autoridades. Hoje, vimos aqui uma comunidade que fez um ato pacífico para protestar contra a Conder, os efeitos devastadores da especulação imobiliária e a polícia militar chega de forma arbitrária com ameaças a essa população. O Estado em todas as frentes falha com os quilombolas não só do Quingoma, como coloca todo o mecanismo do racismo sobre eles. Quingoma sofre com o racismo institucional”, diz o vereador Hamilton Assis.
Em Quingoma vivem cerca de 650 famílias em aproximadamente 1.284 hectares de território ancestral. De acordo com o Censo 2022, a Bahia é o estado com maior número de quilombolas do Brasil, são 397.059 quilombolas, o que representa cerca de 30% do total do país. Mas, para o edil de Salvador, falta vontade do poder público em assegurar os direitos já conquistados da população quilombola.
“Algumas comunidades lutam pelo básico, pelo reconhecimento. Mas até àquelas que já possuem, ainda precisam lutar para frear o interesse dos ricos e poderosos. Com a justificativa de levar progresso, até o estado como vemos em Quingoma, toma a terra ancestral. Nos solidarizamos e vamos também em Salvador, propor ações para proteger os povos tradicionais”, disse o edil.
Nesse momento o “Quilombo Quingoma sofre ameaça, em ação que envolve o Estado da Bahia, através da Conder, e agentes políticos do município de Lauro de Freitas, em meio à luta por uma titulação que respeite seu território tradicional”, finaliza Hamilton Assis.
Fonte / Foto: Ascom ver Hamilton Assis – PSol
