Estudo brasileiro revisa evidências do antagonismo do receptor CB1 na hipertrofia muscular e saúde metabólica, destacando benefícios terapêuticos
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram uma nova revisão sistemática no periódico Hormônios. A pesquisa avalia os impactos do antagonismo do receptor CB1 em modelos pré-clínicos.
O sistema endocanabinoide (ECS) desempenha um papel crucial na homeostase energética, inflamação e função muscular. Entre seus componentes, o receptor CB1 tem sido associado a distúrbios metabólicos e inflamação crônica, levantando interesse sobre seu potencial como alvo terapêutico para promover a hipertrofia muscular e melhorar a saúde metabólica.
Efeitos do Antagonismo CB1 na Hipertrofia Muscular
Pesquisadores realizaram uma busca abrangente em bases de dados como PubMed, EMBASE, CINAHL e SPORTDiscus, resultando em 571 referências, das quais 10 estudos foram selecionados. Esses estudos, envolvendo 338 roedores, analisaram o efeito de antagonistas CB1, como rimonabant e AM251, sobre a hipertrofia muscular e metabolismo energético.
Os resultados indicam que a inibição do CB1 aumenta a sensibilidade à insulina e melhora a tolerância à glicose, ao mesmo tempo que reduz a gordura corporal. Além disso, mecanismos como a via PI3K/Akt e mTOR, bem como a otimização da autofagia e função mitocondrial, demonstraram promover crescimento muscular e melhor desempenho metabólico.
Implicações Terapêuticas
A modulação do receptor CB1 se apresenta como uma estratégia promissora para o tratamento de condições como obesidade, diabetes tipo 2 e sarcopenia. Além disso, há indicações de que essa abordagem pode complementar programas de treinamento físico e intervenções nutricionais. No entanto, a padronização dos protocolos de intervenção ainda representa um desafio para pesquisas futuras.
A revisão sistemática sugere que o antagonismo do receptor CB1 pode ser um importante aliado para a hipertrofia muscular e saúde metabólica. Estudos adicionais são necessários para refinar protocolos de aplicação clínica e explorar sinergias com outras abordagens terapêuticas. A continuidade dessas pesquisas pode ampliar significativamente o uso de antagonistas CB1 no contexto de saúde e desempenho físico.
Fonte: Sechat
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