Nesta quinta-feira (06), a agência Food and Drug Administration (FDA) analisa a possibilidade de conceder aprovação completa para o remédio lecanemab, conhecido comercialmente como Leqembi, nos Estados Unidos. Em pacientes com diagnóstico precoce, a medicação desenvolvida pelas farmacêuticas Biogen e Eisai retarda o avanço da doença de Alzheimer.
Em estudo científico de Fase 3 com 1,7 mil voluntários inscritos que durou 18 meses, os pesquisadores conseguiram identificar uma desaceleração do declínio cognitivo em 27% de pacientes com Alzheimer. No cérebro, o lecanemab elimina o acúmulo de placas amiloides associadas com os problemas cognitivos.
É importante destacar que, em janeiro deste ano, a FDA já aprovou o uso do medicamento contra o Alzheimer por meio de um processo de análise acelerada. No entanto, as empresas de planos de saúde norte-americano recorreram, solicitando uma análise mais abrangente para que o remédio ganhasse cobertura.
Como funciona a medicação que atrasa o Alzheimer?
Administrado por infusão intravenosa, o lecanemab é um tipo de anticorpo monoclonal (sintético), capaz de promover uma “limpeza” das placas que se formam no cérebro. Estas são constituídas pelo acúmulo das proteínas beta-amiloides na região — é uma espécie de gosma pegajosa relacionada com a doença do Alzheimer.
Na ciência, é interessante observar como os anticorpos monoclonais são cada vez mais usados. Em estágio avançado, estão as terapias voltadas para pacientes com câncer, mas testes clínicos já são desenvolvidos para problemas de saúde menos óbvios, como remédios para a geração de novos dentes.
Quem pode usar o remédio para Alzheimer?
Se a decisão final da FDA for baseada na anterior, o remédio poderá ser prescrito apenas para pacientes com formas iniciais da doença de Alzheimer. Em outras palavras, indivíduos com comprometimento cognitivo leve ou demência inicial e que estejam, de fato, com placas beta-amilóides em seus cérebros — é necessário um exame de imagem para a confirmação.
Dentro do grupo de pacientes com Alzheimer, a medicação poderá ser usada por um sexto dos mais de 6 milhões de norte-americanos atualmente diagnosticados com Alzheimer no país, segundo Lawrence Honig, professor de neurologia da Universidade Columbia.
“Não é que saibamos que [o remédio lecanemab] não é bom para pessoas com doença moderada ou grave. Apenas não sabemos”, comenta Honig, para a CBS. Neste ponto, mais estudos são necessários para compreender melhor os efeitos da medicação no organismo de outros grupos.
Com a atual aprovação, Honig considera que este é o começo de uma nova era para os tratamentos contra o avanço do Alzheimer, mesmo que a eficácia do atual tratamento não seja tão boa. No futuro, “esperamos ter tratamentos mais eficazes”, completa.
Efeitos adversos do lecanemab
O medicamento que retarda o avanço do Alzheimer tem importantes questões de segurança que devem ser consideradas antes da prescrição médica. Inclusive, os pacientes devem ser regularmente monitorados por exames de imagem, que avaliam se a medicação continua a ser segura no cérebro.
Nos estudos clínicos, foi possível observar que 13% dos participantes apresentaram inchaço ou sangramento cerebral (hemorragias), complicações que demandam atendimento médico. Cuidado especial deve ser adotado por indivíduos que tomam medicamentos para “afinar” o sangue ou que tenham questões genéticas.
Quanto custa o remédio para Alzheimer?
No momento, as farmacêuticas ainda não deram entrada no processo de aprovação do medicamento contra o Alzheimer no Brasil — também não existe nenhum tipo de previsão oficial para que isso aconteça. Por isso, só é possível comparar o valor com aquele comercializado nos EUA. No total, o tratamento com Leqembi deve custar cerca de US$ 26.500, algo próximo de R$130,7 mil.
Fonte: Canaltech | Foto: Canva
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Mas não se iludam, pois assim como a vacina da dengue está há 10 anos sendo pesquisada e pronta, o genocida ocupante do avião presidencial resolveu esperar a do Instituto Butantã ficar pronta em 2025. Logo essa do Alzheimer, seguirá o mesmo caminho.