Jovens participantes da plataforma on-line AfroBiz Salvador estão movimentando o empreendedorismo afro no Salvador Shopping com produtos e serviços diversos. A exposição faz parte da parceria inédita entre a Prefeitura de Salvador e o centro comercial, que disponibilizou três lojas para a realização do Movimento Salvador Capital Afro, com o propósito de fortalecer a potência da conexão preta na indústria criativa e turística da cidade. A ação foi lançada na última sexta-feira (10) e segue até o próximo dia 26.
Nas lojas situadas no piso L1, próximo à Drogasil, que fazem parte da collab de Carnaval, é possível encontrar acessórios de qualidade, a exemplo das conhecidas pochetes, bags e mochilas da @mochilas.zie (com 16 mil seguidores no Instagram), dos óculos descolados e acessórios de @sombrille e dos colares afro e demais acessórios de @ayokáacessórios e @voudefeli. No mesmo local, quem vai ao carnaval pode customizar abadás para o Carnaval com adereços diversos: tecidos tules com brilho, fitas coloridas e pedras brilhantes, entre outros. A customização com costureiras experientes custa a partir de R$60.
Representante da Ziê, Vinícius Carmezin destacou a visibilidade para o próprio negócio, estando inserido em um dos maiores shoppings de Salvador. “Enquanto empreendimento preto, nós, que fazemos esse corre, sabemos da importância de estar aqui, de estar ocupando este espaço, e temos uma expectativa muito grande em relação às vendas, principalmente por estar também junto com a reforma de abadás e junto com os blocos afro, serviços e produtos culturais que trazem muito público. Ou seja, é muito legal em relação às vendas”, afirmou.
As expectativas são altas para Fernanda Letícia Cerqueira, de 27 anos, representante da Voudefeli. “Essa é a primeira vez que os meus produtos estão sendo expostos em um shopping, então é uma oportunidade de outras pessoas conhecerem. Já fazemos um trabalho de divulgação on-line, as pessoas têm acesso ao nosso Instagram e, futuramente, podemos converter esses seguidores em clientes”, contou.
Demais serviços – Durante o período, os foliões de blocos afros, afoxés e de samba (Ilê Aiyê, Muzenza, Filhas de Gandhy, A Mulherada, Afoxé Filhos do Congo, Os Negões, Malê Debalê, Reduto do Samba, Bloco da Capoeira e Alvorada) poderão comprar e retirar suas fantasias em uma loja especial, com todo conforto e comodidade.
Quem passa pela loja ao lado recebe um toque especial com turbantes, tranças, maquiagem e penteados. Todos os produtos e serviços das duas lojas estão sendo oferecidos por afroempreendedores da plataforma AfroBiz Salvador, projeto da Prefeitura de fortalecimento da indústria criativa afro da cidade, e por jovens egressos do Instituto JCPM de Compromisso Social.
A collab traz também uma Central de Informação de Afroturismo, ecossistema voltado para a divulgação de roteiros inovadores, com uma diversidade de experiências em gastronomia, história, arte, cultura e religiões (católica e de matrizes africanas), todos contados sob a perspectiva da cultura afro-brasileira. A curadoria dos roteiros foi realizada pelo Comitê de Afroturismo de Salvador, um grupo formado por representantes do trade turístico, poder público, e com parcerias estratégicas como o Sebrae-BA, que treinou a equipe de atendimento da ação.
A pernambucana Carolina Torres, de 43 anos, ficou encantada com o espaço. “Achei superimportante, porque o Carnaval é macro e vejo que Salvador se preocupa muito com essas questões culturais. Então, nós que somos de fora percebemos esse cuidado, é como se a cidade pulsasse isso. É muito importante essa questão cultural e das raízes africanas, que é bem latente e bonita. Você entra e a música já te dá uma energia diferente. Achei a loja excelente, bem bolada, bem bonita e colorida”, opinou.
Valorização – Para a diretora de Cultura da Secult, Maylla Pita, a collab de Carnaval é um local de valorização. “Este espaço é uma ocupação significativa e desafiadora na cena soteropolitana, ampliando as possibilidades de alcance e escoamento de produtos e serviços afrorreferenciados e se concretizando como uma vitrine para as histórias e potências das agremiações carnavalescas envolvidas”, declarou.
A gerente de Marketing do Salvador Shopping, Marianna Muniz, acrescentou a importância de o Salvador Capital Afro promover um circuito no centro de compras. “Estamos muito felizes em receber esse movimento. Além das ações tradicionais, estamos apostando no empreendedorismo, nas tradições populares, na representatividade, na economia criativa e no empoderamento, promovendo a cultura afro e o jeito de ser do soteropolitano. Esta iniciativa será uma das principais ações do calendário do Comitê de Diversidade e Direitos Humanos do shopping”, sinalizou.
O secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, reforçou que esta parceria com o Salvador Shopping é parte do projeto Salvador Capital Afro, iniciado no ano passado. “É importante que a cidade experimente e comprove a força de parcerias como esta entre o trade e os blocos afro”, declarou. A dobradinha Salvador Capital Afro e Salvador Shopping terá mais uma fase, que será realizada em março, quando se comemora o aniversário da cidade, e contará com música e gastronomia.
Parceria – O Salvador Capital Afro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secult, no âmbito do Prodetur Salvador, em parceria com a Secretaria da Reparação (Semur). O projeto tem financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e é mais uma ação implementada do Plano de Desenvolvimento do Turismo Afro em Salvador.
Fonte e Foto: SECOM