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Sexta-feira 13 e cannabis: mitos que precisam ser desvendados

Desmistificar os principais equívocos sobre o uso terapêutico da cannabis

sexta-feira 13 é cercada de superstições, histórias antigas e crenças populares que se perpetuam até hoje. Mas você sabia que a cannabis medicinal também sofre com uma série de mitos infundados, assim como essa famosa data do “azar”?

Neste artigo, vamos desmistificar os principais equívocos sobre o uso terapêutico da cannabis, revelando informações baseadas em evidências científicas e mostrando como essa planta milenar pode ser uma aliada da saúde.

Sexta-feira 13: do mito nórdico ao medo moderno

A origem da superstição sobre a sexta-feira 13 passa por diversas culturas. Na mitologia nórdica, o deus Loki foi o 13º convidado em um banquete, o que levou à tragédia. A Igreja Católica, por sua vez, associou o número 13 e a sexta-feira à má sorte e à bruxaria.

Essa “demonização” de elementos culturais tem um paralelo curioso com o que aconteceu com a cannabis, que também foi marginalizada ao longo dos anos, muitas vezes por falta de conhecimento.

Cannabis medicinal: entre mitos e evidências

Apesar de hoje ser reconhecida por seu valor terapêutico, a cannabis medicinal ainda enfrenta desinformação. Um dos equívocos mais comuns é confundir o uso medicinal com o uso recreativo.

Cannabis sativa é uma planta com propriedades medicinais, utilizada desde o Antigo Egito. No Brasil, a Anvisa propôs, em fevereiro de 2024, a inclusão da inflorescência da cannabis na farmacopeia brasileira, reforçando seu potencial terapêutico.

Uso medicinal x uso adulto: entenda as diferenças

O uso recreativo da cannabis visa efeitos psicoativos e prazerosos, muitas vezes por inalação. Já o uso medicinal é orientado por profissionais de saúde, com formulações como óleos, cápsulas e extratos padronizados com CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol).

Em casos específicos, como epilepsia refratária, o uso inalatório pode ser indicado devido à resposta rápida do organismo.

“Cannabis mata neurônios”? Desconstruindo um mito

Essa afirmação é falsa. Estudos recentes mostram que compostos da planta têm efeitos neuroprotetores, podendo proteger o sistema nervoso. O mito surgiu a partir de um experimento nos anos 1970 com macacos, mas a neurotoxicidade observada foi causada pelo monóxido de carbono da fumaça, e não pela cannabis em si.

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Condições tratáveis com cannabis medicinal

Diversas condições clínicas têm demonstrado bons resultados com a terapia canabinoide:

  • Epilepsia refratária
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Parkinson
  • Artrite reumatoide
  • Dores crônicas e inflamações

O uso adequado da planta pode trazer efeitos colaterais mais leves do que medicamentos tradicionais, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Cannabis causa dependência?

Outro mito comum é de que a cannabis medicinal causa dependência. Segundo especialistas, os produtos à base de cannabis, quando usados com orientação médica, não apresentam risco de dependência química comparável a outras substâncias controladas.

Produtos à base de CBD e THC: como funcionam

Cada composto tem funções terapêuticas distintas:

  • CBD: mais indicado para epilepsia, ansiedade e distúrbios neurológicos
  • THC: eficaz no manejo de dores agudas e náuseas, com ação mais rápida via inalação

A escolha entre produtos isolados ou de espectro completo depende do diagnóstico e deve ser sempre feita com orientação médica.

E no Brasil?

O cultivo de cannabis no Brasil ainda é restrito a algumas associações de pacientes e universidades com autorização específica. Para ter acesso à planta in natura, muitos pacientes ainda precisam entrar na Justiça.

Porém, o cenário pode mudar em breve. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu um prazo até 30 de setembro de 2025 para que o Ministério da Agricultura (MAPA), a Anvisa e o Ministério da Saúde (União) apresentem uma regulamentação para o cultivo da cannabis com fins medicinais e farmacêuticos. A medida atende a uma ação que cobra justamente a omissão do Estado brasileiro em normatizar o tema.

Mitos e histórias: a importância da informação

Assim como os mitos da sexta-feira 13 atravessam séculos, os mitos sobre a cannabis também persistem. Mas o conhecimento científico tem mostrado o potencial transformador da cannabis medicinal.

Casos como o de Rafael, paciente com autismo severo, mostram como o tratamento com cannabis pode ser determinante para reduzir crises convulsivas e comportamentos autoagressivos, devolvendo dignidade e bem-estar à vida de pacientes e familiares.

Fonte: Sechat
Imagem: Imagem: Gemini Generated / Sechat


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