O vereador Sílvio Humberto (PSB), tem se posicionado duramente sobre as condições de trabalho dos ambulantes que participam dos festejos populares na cidade, em especial no período carnavalesco.
Para Sílvio, essa categoria que vem sendo tratada sem a dignidade que merece, sofrendo abusos e exploração não tem voz. “ Dignidade precisa ser a palavra de ordem, o poder público precisa abraçar esses homens e mulheres, essas pessoas que buscam na venda informal de seus produtos nas festas de largo e carnaval o seu sustento, o dinheiro para a sua família”.
Com uma política volta exclusivamente para os grandes patrocinadores, as grandes cervejarias, o município tem se mostrado ineficiente e desinteressado com essa classe de trabalhadores. “ Temos um cadastramento caótico, um sistema que não funciona, uma política que nada oferece em troca desse trabalho. Famílias vivem na rua por dias, dormem nas calçadas, sem água, sem nenhuma estrutura para passar aqueles dias e, no final, levar R$ 1.000,00 pra casa”.
Segundo o vereador, esses são os filhos do 14 de maio, dia que sucedeu a Abolição da Escravatura. “ Esse é um comportamento histórico. Nossa cidade é literalmente vendida para as grandes empresas que patrocinam as festas, que trazem essa segregação e que buscam desafricanizar nossas ruas. É uma sucessão de indignidades que acontecem com essas pessoas. Mas tudo pode em nome da alegria, da festa. Precisamos dar um basta nisso tudo”.
Para finalizar, Silvio Humberto pediu respeito. “Respeitem nossa gente. Eles doam seu tempo, seu suor para fazer a festa de rua acontecer e não recebem nada em troca, não são assistidos pela prefeitura, não ganham nada que possa ser visto como digno. Nosso carnaval acabou, nosso encontro de trios, lá na praça Castro Alves, que era o legítimo carnaval para o povo nem existe mais, foi consumido pelo modelo turístico e quem aqui vive e busca seu sustento, nada recebe em troca”.
Foto: Derlei Correia / Caderno Baiano