Equipamento está em processo de construção do seu Plano Museológico, documento fundamental para definir os rumos da instituição, fortalecer a gestão e organização da Casa
A Casa do Benin, um dos mais importantes equipamentos culturais de Salvador, dá início a um processo democrático para construir seu Plano Museológico. A iniciativa visa envolver a comunidade para definir os rumos da instituição para os próximos anos. Nesta etapa de elaboração do documento, a Fundação Gregório de Mattos pretende mobilizar representantes do governo e da sociedade civil, em um movimento de escuta e participação social. O Plano Museológico será um documento fundamental para fortalecer a gestão, ampliar o acesso e preservar a rica história da Casa do Benin.
Nesse sentido, a Casa realizará diversas atividades para ouvir a comunidade. A primeira ação de diálogo e escuta será realizada no próximo dia 28 de setembro, às 14h, em sua sede, durante a programação da Primavera dos Museus. Nesta ocasião, a instituição pretende engajar a comunidade, atuando no fortalecimento do vínculo do público com o equipamento. De acordo com o Diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais, Chicco Assis, a participação da comunidade será fundamental nessa etapa do processo, cuja intenção é criar um sentimento de pertencimento dos soteropolitanos em relação à Casa do Benin.
“Nós queremos reforçar esse sentimento de identidade em relação a essa casa, como forma de fazer com que as pessoas se sintam co-responsáveis por esse importante equipamento cultural”, defende, reforçando que a comunidade terá a oportunidade de influenciar as decisões sobre o futuro da Casa do Benin.
Segundo a gerente de equipamentos culturais da FGM, Manuela Sena, essa etapa será fundamental para a construção do plano museológico em curso. “Este processo permitirá que recebamos contribuições valiosas da comunidade e dos especialistas sobre como aprimorar a acessibilidade e a inclusão em nosso espaço, além de definir e alinhar a missão, visão, valores e objetivos, bem como orientar os seus programas, projetos e ações”, afirma.
Trabalhando na consultoria para construção do Plano, Simone Trindade destaca que o documento será elaborado levando-se em consideração a identidade cultural única do equipamento, que se relaciona com a preservação e valorização das raízes africanas, em especial a herança beninense na cultura afro-brasileira. Nesse sentido, algumas ações estão sendo feitas, como a realização do diagnóstico institucional, que prevê, dentre outras coisas, a análise do histórico da Casa do Benin, sua missão e como ela tem atuado na preservação da memória e promoção da cultura africana. Está sendo produzido também o planejamento conceitual, que revisita a missão e visão da Casa do Benin, reforçando seu papel como espaço de intercâmbio cultural e centro de preservação da herança africana no Brasil. Além da definição de objetivos, que incluem aumentar a acessibilidade, expandir o acervo e realização de parcerias internacionais.
O documento deverá indicar, ainda, a criação e execução de programas de exposições e eventos culturais, principalmente com foco no diálogo com as tradições e influências beninenses na Bahia, além de fomentar a criação de eventos que promovam a educação sobre a diáspora africana. Como forma de aproximar o público e instituições parceiras, o plano deverá definir metas e estratégias sobre programas educativos que envolvam escolas locais, comunidades afrodescendentes e o público em geral. Nessa direção, favorecer também a formalização de parcerias e pesquisas com universidades e instituições internacionais, visando a promoção de eventos culturais conjuntos.
Uma das grandes preocupações desse plano será com a questão da acessibilidade. Sendo assim, a Casa elege a melhoria no acesso físico e digital como prioridade com a finalidade de garantir que pessoas com deficiência possam participar plenamente das atividades. Além disso, compreende ser essencial a expansão da presença digital com um acervo virtual acessível a públicos globais.
Com o plano, a Casa do Benin vai se consolidar como um importante centro cultural de Salvador. Por isso, a instituição convida a todos a participar dessa iniciativa. Sua opinião é fundamental para construir um futuro ainda mais rico e diverso para a entidade. Um chamado que é reforçado pelo gestor do equipamento, Igor Tiago: “É de grande importância que a comunidade participe dessa construção, que é coletiva, que nos ajude a repensar a Casa do Benin para além dos próprios muros”.
Fonte: ASCOM FGM
Foto:Jefferson Peixoto