O diretor de comunicação do sindicato dos Rodoviários, o vereador Tiago Correia (PT), criticou a forma como o prefeito tem tratado as mobilizações da categoria.
Bruno Reis tem subido o tom contra fechamento de garagens e de estações, como etapas de uma mobilização por reajuste salarial e fim do assédio contra motoristas e cobradores.
“Acho que nós temos sido muito coerentes, diferente do que o prefeito tem dito de irresponsabilidade. Nós temos sido muito parceiros, inclusive aqui na Câmara. Ele fala sobre a questão do subsídio, que foi o que colocou R$ 205 milhões para o transporte, e eu fui o relator, inclusive, disso aqui. Até porque entendo que é importante, é importante para o transporte público”, destacou Tiago Ferreira.
“E eu venho defendendo isso desde quando, antes de entrar, inclusive, aqui, eu já defendi o subsídio no transporte. Agora, não dá para ter o subsídio também e os trabalhadores não terem nada. Nós precisamos que tem o subsídio, mas que também tenh o quinhão dos trabalhadores. Nós estamos em campanha salarial, seis rodadas de negociação e nenhum avanço”, apontou o parlamentar do PT.
O vereador aponta que há um desconhecimento do prefeito com relação ao pedido da database dos trabalhadores, que ocorre em maio. Ele voltou a denunciar o ambiente de assédio em uma das empresas de ônibus.
“O prefeito diz que ainda vai começar a campanha, está desconhecendo. O secretário Fabrício (Mobilidade) não disse aí que nós estamos em campanha salarial, em seis rodadas de negociação, sem nenhum avanço, para ele dizer que ainda vamos conversar, que não tem nada a ver com campanha salarial, que o problema é de assédio moral, inclusive minimizando uma situação tão grave psicologicamente para os trabalhadores diários, que é a questão de assédio moral”, pontuou o diretor do sindicato dos rodoviários.
“Vale dizer aqui que tem um gestor da OTTrans, que se acha o Deus, que dá uma demissão no trabalhador e diz que nem Jesus tira; que dá suspensão, que é justa causa e toda hora punição, o trabalhador vai trabalhar quando volta não sabe se vai continuar porque é perseguição o tempo inteiro e não é com uma pessoa, é com a empresa inteira, ou seja, um massacre coletivo e nós enquanto representantes dos trabalhadores enquanto sindicato temos que fazer o que?”, questionou o vereador de Salvador.
“Nós aqui somos vereadores e lá nós somos sindicalistas; nós fomos eleitos pelos trabalhadores para representar os seus interesses e os interesses dos trabalhadores é ser respeitado pelos patrões, é poder levar suas riquezas para o patrão, mas tirar o seu salário, tirar suas condições de trabalho. Na relação capital de trabalho, o sindicato que é instituído pela Constituição, tem o direito de fazer as mobilizações, as greves”, apontou Tiago Ferreira.
Mobilização
O petista apontou que uma reunião na garagem, prevista para ocorrer na madrugada da próxima terça-feira (30), dará os rumos de uma eventual paralisação ou atraso na saída dos ônibus das garagens: “Haverá uma assembleia na porta da garagem amanhã na madrugada; agora nós, até lá, esperamos que o prefeito chame para conversar, que eu acho que ao invés de ficar chamando a gente de responsável, é estabelecer uma mesa de negociação permanente, convidando o setor empresarial e o sindicato para negociar, e ir dirimir os problemas a fim de evitar uma greve-geral em Salvador”.
Fonte: OffNews
Foto: Valdemiro Lopes