O edil quer a instauração de uma comissão especial de inquérito no legislativo para apuração dos desvios de recursos da Educação apontada na Operação Overclean
Uma nova etapa da Operação Overclean, investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro, aconteceu na última quinta-feira (03) em diversos estados. Foram cumpridos mais 16 mandados de busca e apreensão, um deles em Salvador. O ex Secretário de Educação, Bruno Barral, é alvo de um desses mandatos. O Secretário atual, Thiago Dantas, também já foi citado nas etapas anteriores.
A investigação estima que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 1,4 bilhão, tendo como figura central o empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, que possui fortes conexões políticas com Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do partido União Brasil. Diante das operações que envolvem o município, em especial o desvio de 67 milhões da Secretaria de Educação, o vereador de Salvador, Professor Hamilton Assis (PSOL) começou a busca de assinaturas para instauração da CPI para apurar as responsabilidades e impactos na educação. O Regimento da Câmara exige a assinatura de ⅓ dos vereadores para protocolo do requerimento da CPI.
“O que estamos acompanhando em Salvador é um absurdo e a Câmara precisa agir. São dois Secretários de Educação investigados e desvios milionários na pasta da Educação. Conto com a colaboração dos meus colegas vereadores para a instauração da CPI. A defesa da educação certamente é uma pauta de todas e todos”, afirma o edil.
O inquérito aponta que agentes da organização fraudaram o processo licitatório que resultou na contratação da empresa Larclean Saúde Ambiental, que firmou contrato com a Secretaria de Educação de Salvador. A Larclean é apontada como uma das empresas de fachada da organização criminosa que operou o desvio de R$ 67.121.847,99 do município.
“Estamos em luta para que as professoras e os professores tenham o piso salarial, que a comunidade escolar tenha salas climatizadas, que as crianças recebam mais do que biscoito e suco, para que haja comprometimento com a educação pública e de qualidade. São 67 milhões de reais de recursos públicos que deveriam servir a essas crianças, às famílias de Salvador, a valorização dos professores, que não se sabe para onde foi”, afirma o vereador.
Fonte / Foto: Ascom ver Professor Hamilton Assis – PSOL