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Visões periféricas e jornalismo com foco em negros são destaques do Festival 3i Nordeste

A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) realizou na última sexta-feira (1), mais uma edição do Festival 3i Nordeste. Focado em inovação no jornalismo e tendo como público-alvo profissionais de comunicação que pensam em abrir o próprio negócio no mercado de notícias, o evento foi realizado no campus da Universidade de Fortaleza, graças a uma parceria com o curso de jornalismo da instituição, que integra a Fundação Edson Queiroz.

Com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do festival, o evento contou com debates, oficinas e apresentações de casos de sucesso. 

Maia Fortes, diretora-executiva da Ajor, explicou que o Ceará é a base de diversas iniciativas inovadoras de jornalismo associadas à enitdade. “Esperamos que o 3i ajude a inspirar uma nova geração de empreendedores na região e estamos ansiosos para novamente aprender com a experiência de profissionais que estão inovando no jornalismo em todo o Nordeste.” 

A abertura ficou por conta da comunicadora e produtora de conteúdo Gabrielle Guido. Coordenadora da Entre Becos, plataforma de notícias focada em bairros populares da cidade de Salvador, ela explicou que a iniciativa busca contar histórias a partir da perspectiva e vivência dos moradores destas regiões.

Desertos de notícias

“Nossa missão principal é publicar informação produzida por quem mora nas periferias. Todo mundo que escreve, fotografa ou produz qualquer tipo de conteúdo para a Entre Becos é morador de alguma das periferias de Salvador”, disse Gabrielle, acrescentando que o nordeste é a região do país com maior incidência de desertos de notícias, como são chamados os territórios sem veículos de imprensa locais. 

A mesa de abertura do evento também contou com participação de Jefferson Borges, publicitário e fundador do portal de notícias comunitário Nordeste Eu Sou. Com sede na Bahia e 12 anos de fundação, o veículo é fliado à Voz das Comunidades, ONG que desenvolve trabalhos de impacto social e jornalismo nas favelas do Rio de Janeiro.

“Sou cria do Nordeste de Amaralina, o maior complexo de bairros periféricos de Salvador. Com aproximando 80 mil habitantes, o complexo é formado por quatro bairros”, disse Jefferson, informando que o Nordeste Eu Sou tem 150 mil seguidores nas redes sociais. “Além de um portal de notícias, atuamos como uma ONG dentro da comunidade”, afirma Jefferson, citando como exemplo de ação social a troca de geladeiras velhas dos moradores locais por novas, numa iniciativa executada em parceria com a companhia de energia elétrica Coelba.

Por fim, a abertura desta edição do Festival 3i teve participação da jornalista Larissa Carvalho, fundadora do Negrê. Portal de notícias fundado em 2020 com foco em negros nordestinos, o veículo destaca temas como cultura, gastronomia, notícias de países da África e oportunidades de estudo e capacitação de interesse da população negra.

“Nós, negros nordestinos, não eramos ouvidos. (…) O projeto foi sendo pensado para ir além de uma linha editorial focada em denúncias de racismo e segurança. Buscamos uma agenda mais positiva”, explica a jornalista, ressaltando que o Negrê busca praticar o jornalismo decolonial, amplificando vozes negras e seus múltiplos olhares.  

Fonte: Portal Imprensa
Foto: Divulgação

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