Rubro-Negro faz grande segundo tempo e vence os paulistas pela primeira vez em São Paulo
O Vitória teve uma noite para mostrar que o jogo duro contra o Flamengo, na rodada anterior, não foi caso isolado e que segue muito vivo na luta contra o rebaixamento. Maduro e eficiente, o Rubro-Negro venceu o Palmeiras por 2 a 0, neste sábado, e encerrou um jejum de quatro jogos. De quebra, conquistou o primeiro triunfo sobre o Verdão, em São Paulo, na história do Brasileirão
O Vitória foi a campo com duas mudanças em relação ao que fez jogo duro na derrota para o Flamengo. Neris, recém-contratado, entrou no lugar do volante Caio Vinícius, improvisado na zaga na última partida. No ataque, Janderson assumiu posto de Alerrandro. A primeira troca foi a que mais funcionou.
O Rubro-Negro teve mais um jogo ao estilo Carpini de tentar “jogar por uma bola”, ao aguardar o Palmeiras e tentar aproveitar as poucas chances criadas nos contra-ataques. No primeiro tempo, parte do objetivo foi alcançado, já que a equipe manteve o placar de igualdade. Mas foi arriscado.
Inicialmente, o Vitória deu espaços entrelinhas e viu o Palmeiras levar perigo, principalmente nos chutes de fora da área. Nada que tenha feito o goleiro Lucas Arcanjo trabalhar em demasia ou criado alguma pressão. Mas era arriscado, uma vez que o Rubro-Negro não conseguia articular os contra-ataques e via o rival circular a área a maior parte do tempo.
Quando chegava à área do time visitante, faltava ao Vitória melhor acabamento nas jogadas, seja no passe final ou finalização. E os números retratam a falta de criação da equipe. O primeiro tempo terminou com o Palmeiras com 68% de posse de bola e 11 finalizações (duas no gol), contra 32% de posse para o Leão e três conclusões a gol (nenhum na meta).
Eficiência marca segunda etapa
Sabe aquela história de só se defender e não levar perigo? Tudo mudou no segundo tempo. Contando com a inspiração de Osvaldo, que despertou na hora decisiva, o Vitória passou a responder à equipe paulista, ainda sem soluções para a forte marcação rubro-negra.
Osvaldo já tinha descolado um passe de calcanhar para Lucas Esteves finalizar com perigo antes de acertar um chute ao seu estilo para abrir o placar. Tudo com seis minutos do segundo tempo.
Naturalmente, o gol fez o Palmeiras sair ainda mais para o jogo e deixar espaços. O Vitória não só teve maturidade para fechar os espaços, seja por cima ou na entrada da área, como seguiu perigoso nos contra-ataques. E, diferente do que aconteceu no jogo contra o Flamengo, que o próprio Thiago Carpini reclamou que faltava “casca” ao time, o Leão mostrou maturidade para segurar o resultado.
Mais que isso. Aos 37 minutos veio o golpe final dos visitantes. Em rápida saída ao ataque, Matheusinho tabelou com Alerrandro, bateu na saída do goleiro e confirmou o resultado histórico no Allianz Parque.
Muito mais que uma vitória, o Rubro-Negro conquistou um resultado que pode ser um divisor de águas. Foi um recado para quem duvidava de que o time era capaz de reagir no Campeonato Brasileiro, após somar apenas 15 pontos no primeiro turno e igualar a sua pior campanha. Um cartão de visitas para um returno que pode ter uma história completamente diferente.
O desafio agora é mostrar regularidade. Para isso, Carpini ganha confiança e tempo. O Rubro-Negro só volta a campo no próximo sábado, contra o Cuiabá, em confronto direto contra o rebaixamento.
Fonte: GE
Foto: Victor Ferreira / EC Vitória