O sistema ofensivo do Vitória foi o maior vilão do tropeço para o Athletico (1 a 0) em pleno Barradão. O Leão encontrou dificuldade para produzir com a bola nos pés e levou pouco perigo para o adversário da 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. No fim, um erro individual ainda jogou por água abaixo o que vinha sendo uma boa partida da defesa e manteve o Rubro-Negro ameaçado pela zona de rebaixamento.
Thiago Carpini repetiu a escalação que venceu o Fluminense, mas diferente do que aconteceu no Maracanã, o Vitória estava mais disposto a ter a bola. E aí, com mais posse, ficou escancarada a dificuldade do Leão para trabalhar no campo ofensivo. Dificuldade essa que aumentou com a saída de Osvaldo, lesionado, aos cinco minutos.
Matheusinho, Zé Hugo e Alerrandro sofreram para conectar jogadas no primeiro tempo. Willian Oliveira e Léo Naldi não ajudaram muito na construção ofensiva, e os laterais também contribuíram pouco quando o Vitória tinha a posse de bola. Na soma disso tudo, o Leão foi um time previsível.
A boa notícia é que lá atrás as coisas funcionaram muito bem. Caio Vinícius mostrou evolução em mais uma partida como zagueiro e teve a companhia de um Wagner Leonardo em noite de domínio nas ações defensivas. O camisa quatro marcou, antecipo, rebateu e acertou quase tudo que tentou no Barradão.
O primeiro tempo de pouca produção ofensiva parece ter feito Thiago Carpini mudar os planos para o jogo. O treinador voltou do intervalo com Janderson no lugar de Matheusinho. Ou seja, abriu mão do jogador com melhor qualidade de passe para ter mais velocidade na transição ofensiva. Ter a bola já não era mais a prioridade.
Em um primeiro momento a ideia deu certo. O Vitória começou o segundo tempo a todo vapor e em dez minutos criou mais chances do que em toda a primeira etapa. Faltou qualidade nas finalizações de Rodrigo Andrade e Alerrandro, após dois bons lances articulados pelo lado esquerdo.
Passada essa pressão inicial, o Vitória voltou a sofrer para criar jogadas no campo de ataque. E mais uma vez a solução de Carpini foi apostar na velocidade: Culebra no lugar de Alerrandro.
Mas correr não adiantou muita coisa porque o time não tinha ninguém para pensar o jogo. Com as flechas, mas sem o arco, o Rubro-Negro terminou o jogo sendo inofensivo no Barradão.
E o cenário ficou pior quando Raul Cáceres dormiu na marcação e deixou Julimar sozinho para fazer o único gol do jogo. O lateral que entrou no lugar de Willean Lepo não acompanhou o jogador do CAP, que decretou a derrota do Leão em finalização de dentro da área, aos 35 minutos do segundo tempo.
A derrota em casa reforça que o torcedor precisa se preparar para um campeonato de altos e baixos, e lembra que a luta contra o rebaixamento deve ser a realidade até as rodadas finais. Internamente, o recado deixado foi sobre o sistema ofensivo. O setor não produziu bem e ofereceu apenas opções de velocidade para Thiago Carpini.
Sem muito tempo para lamentar, o Vitória continua sua caminhada no Campeonato Brasileiro às 20h desta quinta-feira (horário de Brasília), quando visita o Corinthians, na Neo Química Arena. A partida encerra a 14ª rodada da competição e marca um confronto direto entre equipes que lutam contra o rebaixamento.
Fonte: GE
Foto: Victor Ferreira / EC Vitória