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20ª SNCT: Por ano, 2 mil mudas de espécies nativas são distribuídas para recuperação da Mata Atlântica

Há 10 anos, programa do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste contribui para revitalização do bioma mais ameaçado do país. Unidade de pesquisa do MCTI fica no Recife.

Duas mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica são distribuídas por ano pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) para a recuperação do bioma mais ameaçado do país. Unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no Recife (PE), o Cetene produz mudas germinadas in vitro e in vivo e distribui para o plantio em campo.

“A ideia do programa Mata Atlântica é dar suporte às iniciativas de recuperação ambiental, para que sejam fornecidas mudas do maior número possível de espécies do bioma”, explica a pesquisadora Laureen Houllou. Foto: Ascom Cetene

O programa, que será apresentado na 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, tem dez anos de existência, mas nos últimos três anos o Cetene começou a trabalhar com as espécies ameaçadas de extinção. Atualmente, são oito espécies ameaçadas. Duas delas já foram reproduzidas em mudas e repassadas pelo Cetene ao Jardim Botânico do Recife e outros parceiros.

Foto: Ascom Cetene

A pesquisadora Laureen Houllou lembra que a Mata Atlântica possui uma rica biodiversidade e enfrenta desafios de degradação e perda de habitat devido à urbanização e ao desmatamento. “Como é um número muito alto de espécies, normalmente a gente disponibiliza uma grande variedade para serem alocadas nas áreas de recuperação ambiental. Quanto maior o número de espécies, mais rápida é a velocidade com que o próprio bioma consegue se recuperar”, ressalta.

 Germinação in vitro ou in vivo

O programa Mata Atlântica emprega a combinação de técnicas de germinação in vivo e in vitro, uma abordagem avançada de propagação vegetal, para cultivar mudas de espécies nativas em condições controladas. Essa técnica permite maior controle da qualidade das mudas, resultando em plantas mais saudáveis e resistentes, que podem ser reintroduzidas em áreas degradadas e desmatadas.

Foto: Ascom Cetene

“Nós vamos em áreas onde estão essas espécies lenhosas e fazemos a identificação, a georreferência, coletamos o material para fazer a herborização e também para fazer o registro em exsicatas”, conta a pesquisadora do Cetene.

Exsicata é registro do material biológico seco, que precisa ficar arquivado para a conferência. Foto: Ascom Cetene

Os registros são depositados no Cetene e encaminhados, depois, para herbários maiores, como os da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que possui o maior herbário do país.

“Identificado o período de floração e de frutificação, seguimos para a propagação, que é feita em dois sistemas: ou dentro do laboratório, fazendo a germinação in vitro (em tubo de ensaio) ou diretamente no telado”, acrescenta Laureen.  

“Normalmente, as espécies que não têm muita dificuldade para germinar, fazemos direto em telado. As que possuem uma taxa de germinação mais baixa, procuramos otimizar o processo fazendo a semeadura e a germinação in vitro.”

Fonte: MCTI GOVBR
Foto: Ascom CETENE

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