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Ausência de Lula na COP16 abre espaço para liderança regional de Petro

Presidente cancelou ida à Colômbia nesta semana e também não irá à COP29, no Azerbaijão, onde o Brasil deverá ser representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Pelo anseio do governo brasileiro de fazer do país um líder da agenda climática global, havia uma grande expectativa com a ida do presidente Lula tanto à COP16 da Biodiversidade, na Colômbia, nesta semana, quanto à COP29, do clima, no Azerbaijão, que começa em 11 de novembro. Mas Lula não irá em nenhuma das duas conferências – um balde de água fria na ambição brasileira e uma janela para outros nomes da política mundial, como o presidente colombiano Gustavo Petro, ganharem o protagonismo que o Brasil quer.

Na COP16, Lula era esperado no segmento de alto nível, amanhã (29/10), junto a outros 10 chefes de Estado. Mas, depois da queda em acidente doméstico no domingo retrasado, ele ainda não teria sido liberado para viajar. Sua ausência, por motivos de saúde, dará mais espaço ao presidente colombiano Gustavo Petro, que disputa com Lula a liderança ambiental da América Latina e entre os países da Amazônia, lembra Daniela Chiaretti no Valor.

A ida de Lula à COP16 era aguardada por vários motivos. Um deles é que a liderança ambiental na região, que o governo brasileiro quer ter, está em disputa com Petro. Outro ponto importante seria ver as sinergias entre as discussões internacionais de clima e de biodiversidade antes da COP29 e também da COP30, que o Brasil sediará.

O presidente colombiano já teve destaque em Belém em agosto de 2023, na Cúpula da Amazônia. Na ocasião, Petro falou claramente em não explorar combustíveis fósseis na Amazônia, em contraste com Lula, que quer abrir novas frentes exploratórias de petróleo e gás fóssil na foz do Amazonas. E também foi contundente em relação a trocar dívida por proteção da natureza. Seu discurso ambiental foi considerado menos ambíguo do que o de Lula.

No dia seguinte ao anúncio de sua ausência na COP16, Lula informou que também não irá à COP29. Segundo a Folha, o cancelamento não tem a ver com o acidente, mas porque o presidente quer focar nas cúpulas da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e do G20, ambas previstas para acontecer em novembro. O clima, portanto, não parece tão prioritário para Lula.

De acordo com a Secretaria de Comunicação do governo federal, o Brasil deverá ser representado na conferência do clima pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, informa a Exame.

Fonte: ClimaInfo
Foto: Ricardo Stuckert / PR

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