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Réplica do maior diamante do mundo chega em Lençóis

O maior diamante carbonato do mundo, encontrado em Lençóis em 1895, ´voltou para casa´ na forma de uma réplica feita em Paris e doada à Sociedade União dos Mineiros (SUM) pelo professor do Museu de História Natural de Paris, Francois Farges. O ‘carbonato de Sérgio’, como é conhecida a pedra, foi apresentado ao público durante a ´alvorada dos garimpeiros´, no início da manhã de hoje (01/02/25), na sede da SUM, no centro de Lençóis.

A presidente da SUM, Ivonete Eunízia dos Santos, apresentou a pedra dentro de uma caixa de vidro e destacou que, embora não tenha valor comercial por se tratar de uma cópia do original, o carbonato tem um imenso valor histórico. “Trata-se de um patrimônio do Brasil, da Bahia e de Lençóis e que agora poderá ser apreciado”, disse.
A chegada da peça coincide com a celebração da 173ª Festa de Nosso Senhor dos Passos – Padroeiro dos Garimpeiros de Lençóis. “A festa é um ato de fé e preservação da memória dos fundadores de Lençóis”, destacou Ivonete. O garimpo de diamantes de Lençóis começou em 1845, e terminou em 1996 quando foi proibido pelo governo do Estado.

O carbonato original tinha 3,245 kilates e foi encontrado pelo garimpeiro Sergio Borges de Carvalho, em 15 de julho de 1895, no garimpo do Brejo da Lama, que ficava entre os rios Capivara e Roncador, no município de Lençóis. O mineral tem a mesma composição de carbono que o diamante, porém não se cristalizou. Daí ser muitas vezes citado como ´diamante negro´.

Logo após a descoberta, a pedra foi comprada por negociantes franceses e levada para Paris, mas, antes de ser enviada para a Inglaterra para ser fragmentada e usada na perfuração de rochas para a abertura de túneis, foi moldada em metal. “Foram feitas duas réplicas, uma ficou em Paris, no Museu de História Natural e a outra foi enviada para a Bahia”, informou o pesquisador da Universidade de Feira de Santana e cidadão lençoense, Roy Funch, que mediou a doação do carbonato. Ambas as réplicas desapareceram. Somente em 2023, a que ficou em Paris foi casualmente encontrada pelo professor Farges.

Roy conta que há cerca de um ano, o professor o contatou pela internet para falar do achado. “Então eu disse a ele: manda para a gente”. Farges topou, e resolveu fazer uma ´réplica da réplica´ e a despachou para Lençóis. A pedra, no entanto, não chegou ao destino ficando retida na alfândega brasileira e de lá retornou para a alfândega da França. A identificação do destinatário (SUM) causou estranheza e isso teria dificultado o desembaraço aduaneiro.
Diante do imbróglio, o professor francês decidiu fazer uma outra cópia, e dessa vez em impressão 3D, em epóxi polilático, o que, segundo Roy conferiu um resultado bem melhor. Na segunda remessa, de dezembro último, a peça foi identificada como presente e descrita como “um modelo de pedra plástica – não contém artigos perigosos ou proibidos – uma cópia do famoso mineral brasileiro, o carbonato de Sérgio”.

A entrega da encomenda foi autorizada, porém para ser retirada da alfândega brasileira foi preciso pagar a quantia de R$800,00, segundo informou a presidente da SUM. A réplica do carbonato ficará exposta no Memorial do Garimpeiro, na sede da Sociedade União dos Mineiros, na Avenida 7 de Setembro, 106, no centro de Lençóis.

Fonte / Foto: Assessoria de Imprensa

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