BrasilEconomiaGoverno Federal

BNDES, Finep e MCTI lançam maior programa de inovação do país com apoio de R$ 60 bi e novas taxas

Serão R$ 60 bilhões mobilizados até 2026 para micro, pequenas, médias e grandes empresas, incluindo crédito e recurso não reembolsável. Poderão ser financiados projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), investimentos em difusão tecnológica e plantas industriais com processos não existentes no Brasil.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), vão mobilizar R$ 60 bilhões até 2026 no maior programa de apoio à inovação do país.

A ação conjunta está em linha com a Nova Política Industrial brasileira, aprovada em julho pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A iniciativa prevê o apoio a empresas de todos os portes e institutos de ciência e tecnologia (ICTs), por meio de crédito com taxas de juros a partir de Taxa Referencial (TR) + 2% e recursos não reembolsáveis.

O anúncio do programa ocorreu na última quinta-feira (31), durante o Seminário de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Participaram os diretores do BNDES Nelson Barbosa (Planejamento e Estruturação de Projetos) e José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior); os presidentes da Finep, Celso Pansera, e da Fiesp, Josué Gomes da Silva; o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

Dos recursos mobilizados anualmente, R$ 5 bilhões serão operacionalizados pelo BNDES e R$ 5 bilhões estarão a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), da Finep, resultando no total de R$ 40 bilhões em crédito ao longo dos quatro anos do programa. Outros R$ 20 bilhões estarão destinados para uso não reembolsável pela Finep.

“Este é o maior programa da história do Brasil. O governo do presidente Lula está trabalhando nas missões elaboradas pelo CNDI com foco em inovação. O crédito direto já pode ser solicitado ao BNDES e o indireto deve estar disponível a partir do fim de setembro por meio das instituições credenciadas”, ressaltou Gordon, e explicou que as empresas já podem começar a etapa de habilitação junto ao Banco para as operações diretas.

O programa irá apoiar principalmente investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I); plantas industriais pioneiras, para promover a expansão da fronteira tecnológica brasileira; difusão de tecnologia; transformação digital; e parques tecnológicos, incubadoras e aceleradoras.

O crédito voltado a micro, pequenas, médias e grandes empresas terá como objetivo impulsionar os investimentos privados em inovação, acelerando a trajetória de digitalização da indústria. Com recursos destinados também a institutos de ciência e tecnologia (ICTs), a expectativa é de que novas e antigas demandas sociais, ambientais e climáticas do país possam ser atendidas a partir de uma ampla e diversa agenda de iniciativas inovadoras.

Barbosa apontou a importância do programa: “Industrialização e inovação andam juntas. A indústria para ser sustentável tem que se renovar o tempo todo e é necessário ter uma política de inovação”. O diretor reforçou a retomada do papel do Banco na inovação: “O BNDES voltou a apoiar a inovação em parceria com a Finep, para que as linhas possam ser melhor utilizadas, não haja competição de recursos, e as ações sejam coordenadas com as políticas do MCTI”.

Barbosa explicou ainda que o Banco fará a maior parte das operações de forma direta, com foco em projetos inovadores e plantas pioneiras. Na atuação indireta, por meio de agentes financeiros credenciados, será priorizado o processo de difusão tecnológica e digitalização de micro, pequenas e médias empresas. Dirigindo-se aos empresários, o diretor declarou que o BNDES está aberto à inovação: “Habilitem-se e apresentem propostas. Estamos prontos para receber os projetos”.

As condições de crédito diferenciadas a serem oferecidas pelo BNDES para o programa são taxas de juros a partir de TR (cerca de 2%) + 2% (spread), prazo de pagamento de até 16 anos, com até 4 anos de carência e apoio de até 100% dos itens financiáveis.
Alckmin destacou o ineditismo da taxa e ressaltou sua importância para a indústria: “O juro será nominal em 4%, o menor da história para a inovação. Isso permitirá que a indústria dê um grande salto de desenvolvimento”.

Após anunciar a liberação de recursos para diversos projetos que se encontravam parados na Finep, Pansera informou que o órgão também está preparado com recursos humanos e materiais, tecnologia e experiência para vencer o desafio da transformação industrial junto com o BNDES: “Com certeza ajudaremos muito neste novo momento da neoindustrialização brasileira”.

Da parte no MCTI, Luciana Santos também destacou o potencial da parceria entre BNDES e Finep: “Esta é uma oportunidade histórica de apoio à ciência e tecnologia para transformação social através de uma economia mais inovadora. Com esta ação conjunta, será possível contar com uma indústria pujante, intensiva em tecnologia e inovação, o que gera demanda por qualificação para os trabalhadores e melhores oportunidades de emprego”.

Nova Política Industrial – A decisão de apoio diferenciado à inovação, com condições especiais de crédito, está alinhada às seis missões previstas na Nova Política Industrial do Governo Federal. Tais diretrizes englobam bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energéticas, infraestrutura sustentável, e transformação digital da indústria, apresentando a inovação como dimensão transversal.

Regulamentação – Em reunião de 24 de agosto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou os critérios de elegibilidade para o financiamento à inovação e à digitalização com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) repassados ao BNDES, mediante remuneração pela Taxa Referencial (TR). O uso da taxa para apoio a essas atividades foi autorizado pela Lei nº 14.592, aprovada em 30 de maio, tendo estabelecido ainda o Conselho Monetário Nacional (CMN) como responsável pelo estabelecimento dos critérios.

Fonte: BNDES
Foto: Divulgação

Related posts

Brasil chega a 99,3% das crianças até 5 anos registradas em cartório

Fulvio Bahia

Regulamentação protege mãe e bebê na entrega voluntária para adoção

Fulvio Bahia

Leo Prates é eleito vice-presidente da Comissão de Trabalho e membro titular da Comissão Mista de Orçamento

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais