Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima realizou dez reuniões bilaterais na Índia, durante encontro de ministros de meio ambiente e clima de países do G20.
A ministra Marina Silva participou na última quinta (27) e sexta-feira (28) da reunião de ministros e ministras de Meio Ambiente e Clima do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Em discurso, Marina afirmou que “é preciso combater as causas e não somente os efeitos, reduzindo drasticamente as principais fontes de emissão”, referindo-se à crise climática que tornará este mês de julho o mais quente da história da humanidade desde o início das medições, no século 19. A previsão é da Organização Meteorológica Mundial, com dados do sistema europeu de observação da Terra, o Copernicus.
“Não há mais dúvidas. Já estamos vivendo em um mundo de múltiplas crises: da mudança do clima, da perda da biodiversidade, da poluição da água, do aumento da desigualdade, da pobreza, da fome e da violência. Nós, ministras e ministros de meio ambiente do G20, temos o compromisso ético e civilizatório de combater essas crises de forma transversal e integrada”, discursou.
“Temos de agir para nos adaptar, pois já estamos vivendo em um mundo em que parte significativa da humanidade e dos ecossistemas estão sendo devastados por eventos climáticos extremos. Necessitamos de sistemas de alertas precoces e de melhorar a capacidade de respostas dos governos locais a esses eventos. Mas é preciso combater as causas, e não somente os efeitos, reduzindo drasticamente as principais fontes de emissão.”
Marina afirmou que o combate à mudança do clima não é mera escolha tecnológica: trata-se da necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, com respeito à natureza e aos seus limites. “Poucos são os países que estão implementando políticas consistentes: no ritmo atual, ultrapassaremos 1,5 grau de aquecimento por volta de 2030.”
Ela citou a realização da Cúpula da Amazônia em Belém, nos dias 8 e 9 de agosto, e disse que o objetivo é avançar em uma agenda objetiva com instrumentos claros para a cooperação regional e foco na proteção da floresta amazônica.
“No Brasil, assumimos o firme compromisso de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030. Nesses primeiros seis meses de governo do presidente Lula, a área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 33,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em dezembro, o Brasil assumirá a presidência do G20, e as senhoras e os senhores podem contar com o total empenho do Brasil em buscar soluções ambiciosas à altura de nossos desafios comuns.”
Durante o encontro do G20, Marina Silva realizou dez reuniões bilaterais: com o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry; com enviada especial da Alemanha para o Clima, Jennifer Morgan; com a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Steffi Lemke; com o ministro da Transição Ecológica da França, Christophe Béchu; com o ministro de Energia e Mudança do Clima da Austrália, Chris Bowen; com a ministra de Meio Ambiente da Indonésia, Siti Nurbaya Bakar; com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima dos Emirados Árabes Unidos, Marwa Alamiri; com a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen; com o secretário executivo da Convenção da ONU para Combate à Desertificação, Ibrahim Thiaw; e com o presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, dos Emirados Árabes Unidos.
Al Jaber e a ministra da Indonésia foram convidados pelo governo brasileiro e confirmaram presença na Cúpula da Amazônia, que vai reunir os oito países amazônicos. Será a primeira reunião de presidentes do bloco em 14 anos. O Tratado de Cooperação Amazônica foi assinado em 1978, e foram realizadas cúpulas de chefes de Estado em 1989, 1992 e 2009. A de Belém será a quarta.
A declaração dos ministros e ministras de Meio Ambiente e Clima do G20 menciona o compromisso de intensificar esforços para deter e reverter a perda de biodiversidade e combater o desmatamento, a desertificação e a degradação, além de melhorar a colaboração e ação para a prevenção e redução dos impactos de incêndios florestais.
“Estamos comprometidos em mobilizar novos e adicionais financiamentos para florestas, de todas as fontes, incluindo recursos domésticos, internacionais, públicos e privados”, aponta o documento.
Leia o documento dos ministros e ministras de Meio Ambiente e Clima do G20 aqui.
Fonte / Foto: GOVBR