A agenda de promoção e defesa dos direitos humanos das pessoas com deficiência segue avançando pelo estado. Na última terça-feira (29), no Território Sisal, a Caravana de Direitos Humanos, promovida pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), garantiu, entre os serviços gratuitos ofertados, cerca de 40 atendimentos para requerimento do Passe Livre Intermunicipal. Também prestou orientações de como e onde acessar serviços especializados de saúde na região; e garantiu atendimento à pessoa surda com tradução de libras.
Sediada no município de Serrinha, desde esta terça, a ação itinerante leva serviços e capacitações da agenda de Direitos Humanos. Além de garantir atendimento, capacitar a rede de como requerer o Passe Livre e promover o acesso dessas pessoas a políticas públicas também é estratégia da iniciativa, com vistas a fortalecer as articulações no território, através do diálogo prévio da SJDH com Núcleos de atenção à pessoa com deficiência; grupos de mães de filhos e filhas com autismo e microcefalia; movimentos sociais; instituições; entre outros grupos especializados.
“Um grande diferencial desse novo formato das Caravanas é que, além de ofertar os serviços, estamos mobilizando comunidades, instituições e movimentos sociais para fortalecer a rede no território e trocar experiências, o que nos permite garantir uma melhor projeção da nossa atuação no estado. A partir disso, a experiência fica no município, com as instituições que realmente atendem esse público de forma especializada. Tanto em Feira de Santana, quanto aqui, em Serrinha, tivemos resultados exitosos com essa nova forma de atuação e isso tem valorizado e dado visibilidade às redes que já atuam nos territórios”, afirmou Luís Araújo, assessor técnico da Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência/SJDH.
O Passe Livre Intermunicipal assegura às pessoas com deficiência, comprovadamente carentes, a gratuidade no sistema de transporte coletivo intermunicipal, nos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e metroviário do Estado da Bahia. Um dos destaques da Caravana é a possibilidade de um mesmo público buscar serviços distintos. É o caso do jovem trans Paulo Silva, 18 anos, pessoa surda. “Vim fazer meu Passe Livre e, também, a retificação de prenome e gênero. Aqui, encontrei tudo o que eu estava precisando. Me ajudou demais… Muito feliz com essa ação em Serrinha”, declarou.
Atuação em rede
Durante o atendimento, as equipes da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) orientavam e sanavam dúvidas com relação aos serviços especializados de saúde, locais e formas de acessá-los no próprio território. Já as educadoras do Centro de Atendimento Pedagógico a Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Capene) de Serrinha, também apoiaram a Caravana.
“Disponibilizamos uma equipe para dar suporte em todos os atendimentos direcionados à pessoa com deficiência, como tradução de libras e atividades com o esporte paralímpico Bocha. Além disso, antes da Caravana, fizemos uma triagem com todas as pessoas que atendemos para vir aqui, solicitar atendimento e serviços específicos, o que ajudou bastante na organização da demanda e na ampliação da oferta”, disse Lúcia a Barros, vice-diretora do Capene/Serrinha.
Incentivo ao esporte paralímpico
Durante os dois dias de Caravana, alunos e alunas do Colégio Rubem Nogueira experimentaram um esporte diferente do que estão habituados a praticar: o paralímpico Bocha. Como forma de incentivo à prática na rede especializada do Capene, a entidade recebeu, nesta terça-feira, um kit Bocha para impulsionar a atividade esportiva. Inclusiva nas atividades pedagógicas da instituição, que também acompanha alunas/os matriculadas/os no Rubem Nogueira, o Capene atende, diretamente, 785 pessoas com deficiência matriculadas na entidade. “A ideia é que esse tipo de incentivo seja ampliado, futuramente, para a rede pública estadual de ensino, promovendo um esporte pedagógico inclusivo para todas as pessoas”, pontuou Luís Araújo.
Oficinas e capacitações
Direcionadas às equipes da gestão municipal, a Caravana promoveu oficinas temáticas sobre ‘Direito à Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência’, que debateu e compartilhou experiências de recursos e serviços voltados a promover a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social das pessoas com deficiência; e a Oficina de ‘Inclusão e Acessibilidade para Pessoas com Deficiência’. Já para a comunidade escolar, foi promovido o diálogo pedagógico sobre ‘Diversidade e Inclusão’.
Fonte: Ascom/SJDH
Foto: Janaina Neri
