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Sobe para 10 o número de vítimas de ginecologista acusado de assédio

Nesta quinta-feira (27), subiu para 10 o número de mulheres que procuraram a Polícia Civil (PC) para registrar denúncias de assédio contra o ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos de idade. Os casos seguem sob apuração, com acompanhamento do Ministério Público da Bahia (MPBA). O médico está afastado das funções.

Até a última quarta-feira (26), havia 09 casos registrados pela polícia. A décima vítima é a jovem comunicóloga de 24 anos de idade que procurou o iBahia para relatar a situação, após o caso ganhar repercussão. Na ocasião, ela contou que chegou a dar queixa na ouvidoria do Grupo CAM, onde ele atendia, mas não levou o caso para a polícia porque achou que não daria em nada.

Com a exposição, a jovem registrou tudo na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), que passou a acompanhar o caso após a transferência para a unidade. Inicialmente, a situação estava com a 6ª Delegacia Territorial (DT), que cobre a área onde a clínica fica, mas foi encaminhada para a especializada, por conta do teor do caso.

Nesta quinta-feira, uma vítima que até então não tinha dado entrevista, conversou sobre o assédio com a TV Bahia. A mulher tem 58 anos de idade e diz que foi atendida pelo ginecologista no ano de 2015. De acordo com a mulher, foram duas consultas. Na primeira, ela estranhou alguns comportamentos, mas pensou estar enganada. Já na segunda, o assédio teria sido escancarado.

“Eu estava num processo de tratamento de câncer de mama, fazendo radioterapia e estava cuidando da minha saúde, do meu corpo, e estive numa consulta com esse médico. Lá, na primeira consulta, eu já percebi uma situação estranha, um comportamento que não condizia àquela situação. Eu saí do consultório angustiada com aquilo,… mas voltei com o resultado dos exames”, disse.

A mulher afirma que tudo teria começado depois de se abrir com o profissional sobre as mudanças que estava tendo no corpo, com o tratamento contra a doença e com o processo de menopausa. Ao buscar orientações médicas, ela foi retribuída com comentários da vida pessoal e classificados por ela como impróprios.

“Ele trouxe a virilidade dele, falando a virilidade dele com a mulher, como é que ele fazia com a mulher. Uma coisa assim completamente descabível. Eu fiquei perplexa, só me dava vontade de sair daquele consultório. Eu angustiada, louca para terminar aquela situação ali logo. E eu nunca mais voltei”, relatou.

Em entrevista à TV Bahia na última quarta-feira, a promotora Sara Gama detalhou a atuação do MPBA no caso. “Como nós tomamos conhecimento de uma violação, que é uma violência de gênero, afinal são várias vítimas mulheres. Por se tratarem de mulheres, que vão ao profissional acreditando na credibilidade desse profissional, e acabam sofrendo alguma violência sexual. Então, a gente abre aqui o procedimento e acompanhamos junto com a polícia o desenrolar disso, para que futuramente nós tenhamos elementos para o oferecimento da denúncia”, disse.

O que dizem o médico e o grupo

Em nota enviada ao iBahia, o Grupo CAM informou que as denúncias feitas nos canais de comunicação para escuta são todas respondidas de forma sigilosa, garantindo a privacidade dos pacientes.

Ainda no posicionamento, o grupo, que foi fundado há 45 anos, disse que “preza pelo atendimento humanizado, atuação ética e em estrita observância à legislação vigente e seus valores e princípios, repudiando, veementemente, toda forma de assédio ou conduta desrespeitosa ou inadequada”.

Em conversa por telefone, o médico ginecologista que tem 45 anos de exercício profissional e trabalha no local há 30 anos, negou o assédio.

O profissional disse que foi ouvido pela coordenadora da unidade, afastado e viajou para outro estado. Disse ainda que explicou que abaixaria o lençol para explicar o preventivo para a paciente e negou que não usou luvas no procedimento.

“Eu fiz a minha defesa. É… Não houve nada do que a paciente está alegando. Não estou entendendo o porquê. Nunca tive um queixa, nunca tive um problema”, afirmou.

Em nota, a direção do Casseb confirmou que averigua o caso, convidou a denunciante para ser ouvida três vezes, mas teve os pedidos negados. Disse ainda que precisa ouvir a paciente para continuar com as investigações. A direção do plano afirmou também que desmarcou todas as consultas previstas para o ginecologista pelo prazo de 30 dias.

Fonte: iBahia | Foto: Reprodução TV Bahia

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