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COP16 de biodiversidade: fundo pode financiar a proteção de 1 bilhão de hectares de floresta

Em evento lotado, Brasil apresenta proposta para captar até US$ 125 bilhões voltados à conservação de florestas tropicais em mais de 70 países em desenvolvimento.

Um dos carros-chefes do Brasil na 16ª Conferência da ONU de Biodiversidade (COP16) em Cali, na Colômbia, é a proposta de um novo fundo internacional para conservação florestal. O Tropical Forest Finance Facility (TFFF) promete mobilizar US$ 125 bilhões (equivalente a R$ 700 bi) para financiar a proteção de cerca de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais em até 71 países em desenvolvimento.

A proposta foi apresentada na última 3ª feira (22/10) em Cali para uma sala lotada de pessoas, destacou o Valor. Além do montante, chamou a atenção a modelagem diferente para o TFFF, que abre a possibilidade de mais participação de financiadores privados e filantrópicos, já que a promessa é gerar retorno das aplicações aos seus investidores.

“Estamos propondo uma forma de financiamento que prescinde de doações anuais”, explicou Garo Batmanian, diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e um dos autores da modelagem. “Trata-se de um fundo com grau de investimento [que poderá] captar a juros mais baixos de mercado e reinvestir. O delta entre o que pagarmos ao investidor e nosso investimento é o que vai gerar recurso para pagar os países florestais.”

Outro diferencial do TFFF é não remunerar as emissões evitadas de carbono (comparação entre o que desmatado e a projeção do que poderia ter sido), mas sim os hectares conservados: a remuneração será aplicada aos países que derrubem no máximo 0,5% da área florestal que tinha no ano anterior. “Estamos pagando pelo estoque de floresta em pé e não pelo fluxo, que é a diminuição do desmatamento”, ressaltou Batmanian.

De acordo com ((o)) eco, a ideia do governo brasileiro é operá-lo antes da 30ª Conferência do Clima (COP30), que acontece em Belém (PA) em novembro de 2025. Onze países, entre potenciais financiadores e recebedores de recursos, sinalizaram apoio à proposta, como Alemanha, Colômbia, Congo, Indonésia, México e Noruega.

Fonte: ClimaInfo
Foto: Fulvio Bahia

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