Ao longo dos dois dias de evento, foram discutidos temas como construção da reputação das defensorias, Inteligência Artificial, inclusão de pessoas com deficiência e contratação de empresas de publicidade
As assessorias de comunicação de 21 defensorias públicas do país estiveram reunidas em Salvador, nos dias 11 e 12 de março, para aprimorar as estratégias de informação e divulgação da instituição essencial à justiça. Nesse período, especialistas em diferentes áreas do conhecimento compartilharam experiências, estratégias e propuseram reflexões sobre como comunicar para o público vulnerável de maneira assertiva, de modo a promover a educação em direitos. Essa foi a 5ª edição do Seminário de Comunicação e Defensoria Pública, que aconteceu no Auditório da Escola Superior da Defensoria Pública da Bahia (Esdep).
Ao longo dos dois dias de evento, foram discutidos temas como construção da reputação das Defensorias,
inclusão de pessoas com deficiência, inteligência emocional, inteligência artificial e contratação de empresas de publicidade. O evento abrigou ainda a reunião da Comissão Nacional de Comunicação do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais – Condege para construção da política nacional de comunicação.
Na avaliação do coordenador de Comunicação da DPE/BA, Arthur Naurimar, anfitrião do evento, o seminário foi um importante momento de trocas e alinhamentos entre as instituições. “Existe uma Defensoria Pública em cada estado, mas como instituição somos uma só. Por isso, é essencial que possamos ter momentos como esse para nos aproximarmos, conhecer as diferentes realidades e construir alinhamentos nos pontos que são fundamentais e comuns a todas as instituições”, avaliou.
Especialista em Comunicação do Serviço Público, Patrícia Martins reforça que é fundamental garantir orçamento e pessoal para desenvolver as ações que promovam o trabalho das instituições. Ela também chama atenção para a necessidade de que os profissionais de comunicação possam participar dos processos de construção e tomada de decisão, além do desafio em fazer com que cada integrante das defensorias compreendam que a reputação institucional é construída por todos(as).
Ao comentar sobre a experiência da Defensoria da Bahia, a defensora-geral e vice-presidente do Condege, Firmiane Venâncio, destaca que a comunicação tem um papel fundamental para que as pessoas conheçam os serviços da instituição e, a partir daí, possam buscar seus direitos. “Fico feliz que tenhamos na Defensoria da Bahia uma estrutura que vem crescendo ao longo dos anos e dando uma visibilidade impressionante para a instituição. Conseguimos avançar em uma linguagem muito mais direta, acessível e que traz conhecimento para as pessoas”, avaliou.
Também entusiasta da comunicação, a defensora-geral do Ceará e presidente da Comissão de Comunicação do Condege, Samia Faria, considera que as defensorias têm investido, cada vez mais, na área por entenderem que esse é um investimento na projeção dos serviços prestados pela instituição. Em sua avaliação, a presença de 21 setores de assessorias no evento é uma demonstração da sensibilidade dos(as) defensores(as)-gerais. “Quando se trata de Defensoria Pública, divulgar a instituição é divulgar um serviço que é essencial para as pessoas mais vulneráveis em nossos estados”.
As defensoras-gerais estavam acompanhadas da defensora pública geral de Mato Grosso, Maria Luziane Ribeiro de Castro; a chefe de gabinete da Defensoria do Rio de Janeiro, defensora Alessandra Bentes Teixeira Vivas; a subdefensora-geral da Bahia, Soraia Ramos e a diretora da Esdep da Bahia, Diana Furtado.
Nesse processo de divulgação, a pesquisadora em Artes Visuais, Renata Felino, chama atenção para o cuidado em não reproduzir estigmas e estereótipos sobre grupos historicamente vulnerabilizados. Considerando que o país e muitas imagens consagradas foram construídas através do processo colonial, ela reforça a necessidade de estudar formas de desconstrução e, para evitar que os produtos comunicações das defensorias reafirmem estereótipos é preciso contar com o apoio de consultorias e dialogar com os grupos aos quais são direcionados.
Já o especialista em conteúdo acessível e consultor em audiodescrição, Gustavo Torneiro, destacou a importância de as defensorias ampliarem o acesso e serem inclusivas em seus conteúdos. “A gente precisa permitir o acesso a pessoas com diferentes níveis de deficiência. As defensorias precisam ter essa missão: serem acessíveis e inclusivas, respeitando as particularidades e limitações de cada público”, afirmou.
Inteligência Artificial
Um dos momentos mais aguardados no evento foi a palestra com o especialista e consultor em Inteligência Artificial, Marcelo Smarrito. Referência mundial sobre o tema, Smarrito pontuou a presença irrevogável da inteligência artificial na comunicação e os desafios para os próximos anos.
Smarrito destacou que viveremos a partir de agora um momento nunca experimentado pelo ser humano. A inteligência artificial já faz parte de nossas vidas e fará ainda mais nos próximos anos. A comunicação é uma das áreas mais atingidas pelo avanço tecnológico.
O encontro proporcionou ainda palestra de Inteligência Emocional com a professora da USP, Carolina Cavalcante, e a oficina de Contratação de Agência de Publicidade com o especialista em licitação, Jadilson Silva.
Política Nacional de Comunicação
A cereja do bolo ficou para o fim do evento. Num momento de integração, os profissionais de comunicação discutiram a proposta da primeira Política de Comunicação Nacional da Defensoria, que busca a excelência da comunicação estratégica da Defensoria Pública brasileira. O documento será apresentado ao Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Gerais para apreciação.
Fonte / Foto: ASCOM DPE/BA