BahiaDefensoria PúblicaDireitos HumanosJustiçaRacismoRacismoViolência

Em reunião com relatora da ONU, Defensoria aponta esforços no combate ao racismo

Além da defensora pública geral, a relatora Ashwini K. P ouviu atentamente as coordenadoras das Especializadas de Direitos Humanos e de Defesa da Criança e do Adolescente

A Defensoria Pública do Estado da Bahia participou de uma importante reunião com a indiana Ashwini K. P., relatora especial das Nações Unidas sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata. A visita ao Brasil, que ocorre entre os dias 5 e 16 de agosto, tem como objetivo avaliar as condições de grupos vulneráveis e o acesso à justiça para esses grupos.

O encontro, realizado na sede da Procuradoria da República na Bahia, contou com a presença de representantes de diversos órgãos e instituições do Sistema de Justiça. Firmiane Venâncio, defensora pública geral da Bahia, destacou a relevância da participação da Defensoria na discussão sobre racismo e direitos humanos.

“Nossa participação teve como objetivo trazer os problemas relacionados ao racismo e as violações de direitos humanos das populações mais vulnerabilizadas, explicar o papel da Defensoria Pública da Bahia no contexto de promoção dos Direitos Humanos e compartilhar nossas propostas de política interna sobre questões raciais.”, explica.

Durante a reunião, a DPE-BA apresentou várias iniciativas voltadas para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial. Entre as ações destacadas estavam os trabalhos de Educação em Direitos, como o projeto “Infância Sem Racismo”, que promove debates sobre questões raciais em escolas, além da criação de núcleos e grupos de trabalho focados em populações tradicionais. Firmiane ainda mencionou  a política de cotas raciais adotada pela instituição para refletir a diversidade da população baiana e garantir um acolhimento mais equitativo das demandas.

A defensora pública e coordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, trouxe à tona um documento com mais de 50 propostas para a redução da letalidade policial. Segundo ela, “a Defensoria Pública criou um plano para a redução da letalidade policial, construído junto com a sociedade civil. É importante que a gente diga que o trabalho da Defensoria Pública é pautado por aquilo que dizem os movimentos sociais.”

Já Gisele Aguiar, defensora pública e coordenadora da Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente, abordou questões relativas à adoção e à desigualdade racial. Ela destacou a disparidade entre a origem racial das crianças disponíveis para adoção e as preferências dos adotantes e a possibilidade atual de escolha de uma criança por sua cor.

“Verificamos que 89% das crianças acolhidas para adoção são negras, enquanto cerca de 40% das preferências dos adotantes são por crianças brancas. Entendemos que uma criança não pode ser escolhida pela sua cor.” Além disso, Gisele mencionou a atuação da Defensoria no sul da Bahia na garantia dos direitos de crianças indígenas em processos de acolhimento.

A reunião contou ainda com a presença de Clayton Santos, procurador-chefe do Ministério Público Federal na Bahia; Marcos André Carneiro Silva e Ramiro Rockenbach, procuradores da República e titulares dos ofícios estaduais resolutivos para populações indígenas e comunidades tradicionais; Rogério Queiroz, promotor e coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público da Bahia; Lívia Sant’Anna Vaz, promotora do Ministério Público da Bahia; Celso França, chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores na Bahia e Gabriel Cesar dos Santos, defensor regional de Direitos Humanos na Bahia, representando a Defensoria Pública da União.

O relatório final da Relatora Especial, que será apresentado em junho de 2025, incluirá recomendações para o Brasil com base nas observações realizadas durante a missão.

Fonte / Foto: ASCOM DPE/BA

Related posts

Com medo da repercussão negativa na sua campanha, Zé Ronaldo adia depoimento na justiça sobre desvios de R$26 milhões na Saúde

Fulvio Bahia

Governo do Estado aciona Ministério público após Prefeitura de Teixeira de Freitas deixar pacientes oncológicos em situação crítica

Fulvio Bahia

IV Conferência Estadual da Mulher Advogada discute caminhos para transformar o mundo

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais