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Impactos da invisibilidade de superdotados é destacado em evento do MP

A invisibilidade das pessoas com altas habilidades ou superdotação e os impactos desse processo no desenvolvimento educacional e socioemocional foram destacados na tarde de ontem, dia 27, durante o webinário realizado pelo Ministério Público estadual. Já na abertura do evento, a coordenadora interina do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (Ceduc), promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi, destacou que as criança s e adolescentes com altas habilidades ou superdotação precisam do devido acolhimento e cuidado para que possam se desenvolver nos âmbitos educacional e socioemocional.

Emanuela Rossi afirmou que “a temática é extremamente relevante para a atuação do MP, que visa implementar a educação especial como uma modalidade transversal da educação básica, de forma que perpasse por todas as etapas e modalidades de ensino que estejam constituídas dentro da educação regular”. Ela registrou que, muitas vezes, apenas a situação de educandos com deficiência ou com transtornos globais do desenvolvimento é abordada, esquecendo-se dos discentes que possuem altas habilidades ou superdotação e que também exigem um olhar especial. Esses discentes, lembrou ela, precisam ser identificados e cadastrados para que, inclusive, seja possível fomentar políticas públicas específicas para estes alunos, que, por vezes, são subestimados ou pouco compreendidos na dinâmica escolar.

A professora Dartilene Andrade, especialista em educação especial, reforçou a necessidade de identificação dos educandos com altas habilidades ou superdotação, afirmando que, em Salvador, nem um centésimo dessa população aparece no censo. “Isso se deve à falta de preparo das escolas e professores para identificá-las. E, se elas não são identificadas, não são atendidas em suas demandas”, frisou, destacando que “é urgente darmos visibilidade a essas pessoas”. A especialista disse que existem muitos mitos em torno do tema, o que faz com que as pessoas se afastem das necessidades reais do indivíduo. “O superdotado não é um gênio”, afirmou, explicando que quem tem essa característica não se desenvolve sozinho, pois necessita de atenção e dos recursos suficientes para que realmente expanda suas habilidades. Além disso, ela reforçou que, “se a criança não for atendida cognitivamente como precisa, essa carência poderá desencadear sérias consequências emocionais”.

A especialista lembrou ainda que é preciso capacitar os professores para que identifiquem as pessoas com altas habilidades ou superdotação. “Não há necessidade de um neuropsicólogo para isso. Basta que se invista em formação dos profissionais da educação para se ter um diagnóstico preciso”, afirmou. A professora Cláudia Paranhos, mestra em educação especial, conduziu o webinário e registrou que, quando ampliamos as discussões sobre esses casos, proporcionando identificação e desmistificando mitos, mais cedo superdotados e pessoas com altas habilidades são identificadas, nutridas e apoiadas. “Isso ajudará essas pessoas a progredirem e vencerem desafios exclusivos”, frisou, reforçando que os educadores precisam de formação adequada para atender a essa demanda. O coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), promotor de Justiça Tiago Quadros, abriu o evento e lembrou que o webinário faz parte do curso de aperfeiçoamento em educação promovido pelo MP.

Fonte: ASCOM MPBA
Foto: Divulgação

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