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Sou Pai Responsável: Aos 82 e 88 anos, supostos irmãos buscam exame de DNA durante mutirão na Fonte Nova

Irineu de Jesus nunca teve o nome do pai no registro de nascimento e encontrou na Defensoria Pública a chance de corrigir essa ausência

Irineu de Jesus, pensionista de 82 anos, sabe que nunca é tarde para lutar pelos seus direitos. Com esse pensamento, ele buscou a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) logo no início do mutirão da Ação Cidadã Sou Pai Responsável. A Unidade Móvel de Atendimento (UMA) esteve estacionada na Arena Fonte Nova durante esta quarta-feira, 14, e quinta-feira, 15, onde recebeu atendimento.

A ausência do nome do pai no registro de nascimento sempre foi um obstáculo na vida de Irineu. Agora, com a idade avançada, o reconhecimento paterno tornou-se ainda mais crucial para garantir o acesso aos bens deixados por seu suposto pai, assim como seus parentes. “Eu não tenho o nome do meu pai no registro, e há alguns anos isso se tornou um problema maior para mim, pois ele deixou bens. Ele tem alguns parentes, mas de filhos, apenas eu e uma irmã. Nós precisamos resolver essa documentação para que eu tenha acesso”, relata Irineu.

Acompanhado de Cremilda Sousa, sua cônjuge há 22 anos, Irineu consultou a DPE/BA no primeiro dia de atendimentos e retornou no dia seguinte para realizar o exame de DNA, acompanhado de sua irmã, Maria José de Jesus, de 88 anos.

“Ele está há muitos anos tentando fazer este exame. Primeiro, tentamos pelo laboratório privado, que cobrou mais de 3 mil reais, mas não temos condições de arcar com esse valor. Quando vimos a campanha na TV, entendemos que a Defensoria é o caminho para resolver essa questão, e que este era o momento de solucionar essa pendência antiga”, explica Cremilda, que entrou em contato com Maria José ali mesmo na Fonte Nova e organizou o retorno na manhã seguinte.

Maria José mora no município de São Sebastião do Passé, a 67 quilômetros da capital, e acordou bem cedo para encontrar aquele que já considera seu irmão há muito tempo. “Ele procurou meu pai, mas meu pai não quis registrá-lo na época, o que eu acho que não tinha necessidade. Tenho certeza de que ele é meu irmão, eles são muito parecidos. E há muitos filhos por aí que não têm a certidão dos pais porque os pais são bons para namorar, ir atrás da mulher, mas na hora de assumir, é difícil. E não pode ser assim, porque a pessoa fica sem seus direitos”, afirma Maria José.

Durante a campanha “Sou Pai Responsável”, a Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) tradicionalmente realiza atendimentos nos estádios de futebol da capital baiana. Após a passagem pela Fonte Nova, em parceria com o Esporte Clube Bahia.

Fonte / Foto: DPE/BA

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