Com presença de mais de 250 estudantes, DPE lançou a coletânea infantil para colorir e realizou junto a colégio estadual, no Arenoso, série de atividades
Com auditório lotado em evento repleto de atividades culturais, a Defensoria Pública da Bahia lançou a quarta edição da Ação Cidadã Infância sem Racismo, nesta quarta-feira (6), no Colégio Estadual Deputado Luís Eduardo Magalhães, no bairro Arenoso, em Salvador. O lançamento integra as comemorações do Novembro Negro, mês de intensificação da luta contra a discriminação racial e as desigualdades sociais.
A iniciativa, entra na 4º ano consecutivo com o lançamento da coletânea infantil para colorir: “Recontar o passado é construir um futuro sem racismo. Vamos recolorir a história?!, uma série de cartilhas ilustradas, voltadas a crianças em idade escolar. O objetivo é combater o apagamento de pessoas negras e indígenas, estimulando, ao mesmo tempo, que elas possam se reconhecer em cientistas, pesquisadores, escritores, entre outros.
As primeiras duas edições da coletânea, lançadas nesta quarta, destacaram a trajetória da pesquisadora negra Jaqueline Goes, que sequenciou o genoma do coronavírus, e a do escritor indígena Ailton Krenac, conhecido ativista dos direitos humanos.
O lançamento contou com apresentação do grupo de teatro do Cria (Centro de Referência Integral de Adolescentes), do coral Voices of Arenoso, roda de conversa sobre arte, cultura e racismo, além da participação das defensoras Carolina Borges, do Núcleo de Equidade Racial (NER), e Laissa Rocha, que apresentaram o projeto e seus objetivos.
A defensora pública geral, Firmiane Venâncio, destacou o quanto a Defensoria está comprometida com a construção de uma sociedade sem racismo. “Para nós, é uma felicidade poder lançar esse projeto e dizer que nossa instituição segue de mãos dadas com a comunidade escolar e com as comunidades periféricas para construir uma sociedade sem racismo e sem violência”, afirmou.
A defensora Carolina Borges destacou que a campanha deste ano do Infância sem Racismo visa contar novas histórias, novos enredos sobre a negritude, de modo que crianças e adolescentes não conheçam a história apenas na perspectiva da dor, mas da valorização e do reconhecimento.
A defensora Laissa Rocha contou ao público a trajetória do projeto e o quanto a Defensoria vem investindo na discussão sobre o antirracismo. “Nossa campanha é sobre a representatividade. A história negra foi invisibilizada e ocultada, então buscamos com essa cartilha apresentar e enaltecer a negritude enquanto potência, não como tragédia”, pontuou.
As coordenadoras das Defensorias Especializadas da Capital, Donila Fonseca, da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, da Especializada da Defesa da Criança e do Adolescente, Gisele Aguiar, a subdefensora pública geral Soraia Ramos e a ouvidora-geral Naira Gomes também participaram da atividade. Representantes da Polícia Civil e da Secretaria da Educação do Estado também prestigiaram o lançamento.
A COLETÂNEA
A coletânea “Recontar o passado é construir um futuro sem racismo. Vamos recolorir a história?! é resultado de projeto vencedor da Defensoria no Conbrascom (Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação do Sistema de Justiça), quando a instituição foi premiada pela série de publicações para Instagram “Infância sem Racismo”. A série original foi publicada no Instagram da instituição, em 2023. As próximas edições terão outros nomes importantes na história, como o inventor Lewis Howard e o indígena Babau Tupinambá.
Iniciada em 2021 pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, a “Ação Cidadã Infância Sem Racismo” surge da ideia de que ninguém nasce racista, que o racismo é crime e deve ser combatido desde a infância para que as crianças não venham reproduzir os comportamentos dos adultos. Em 2024, a DPE quer reforçar a necessidade de educar crianças sobre a diversidade racial e prevenir a internalização de estereótipos e preconceitos raciais, ajudando a construir uma sociedade mais inclusiva e justa. Tudo isso é importante para que as crianças desenvolvam uma forte autoestima, o que pode ser alcançado apresentando histórias de resistência contra o racismo desde cedo.
Fonte / Foto: Ascom DPE/BA